Durante muitos anos, a extracção de gás na província de Groningen, nos Países Baixos, provocou terramotos e abatimentos na zona. Esta investigação estuda as perceções de justiça ambiental na área sísmica de Groningen e o impacto social que esta teve nas pessoas que vivem nesta área. Para estudar isto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a dois grupos de participantes, um grupo de residentes e outro grupo de não residentes na área sísmica. Os dados recolhidos nestas entrevistas foram analisados através de análise temática. Os resultados mostram que as pessoas, tanto residentes como não residentes, relatam muitas questões relativas à injustiça ambiental. Todas as dimensões relacionadas com a justiça ambiental, nomeadamente a justiça distributiva, a justiça procedimental, a justiça de reconhecimento e a abordagem das capacidades, foram consideradas problemáticas. Além disso, este estudo mostra como os residentes da área sísmica se sentem como tendo sido impactados negativamente pelo processo que conduziu e pelas consequências da extração de gás, sendo isto também percecionado pelos não residentes. No entanto, o apego ao lugar é bastante elevado entre os residentes da área sísmica de Groningen, sugerindo uma forma de mecanismo de resposta para lidar com os problemas e riscos que enfrentam. Além disso, as conclusões deste estudo sugerem uma forma de solidariedade entre as pessoas que vivem fora da área sísmica e as comunidades locais. A investigação futura poderá basear-se nisto, a fim de desenvolver soluções adequadas e eficazes para os problemas causados pela injustiça ambiental.

For many years, gas extraction in the province of Groningen, the Netherlands, has evoked earthquakes and subsidence in the area. This research studies the perceived environmental justice in the seismic area of Groningen and the social impact this has had on the people living in this area. To study this, semi-structured interviews were conducted with two groups of participants, one group of residents and another group of non-residents of the seismic area. The data gathered by these interviews was analysed using thematic analysis. Findings show that people, both residents and non-residents, report many issues concerning environmental injustice. All dimensions related to environmental justice, namely distributive justice, procedural justice, recognition justice, and the capabilities approach, were perceived as problematic. Besides, this study shows how the residents of the seismic area feel, and are also perceived by non-residents as having been, negatively impacted by the process leading to and the consequences of the gas extraction. Nonetheless, place attachment is high among the residents of the seismic area of Groningen, suggesting a form of coping mechanism to deal with the problems and risks they are facing. Moreover, the findings of this study suggest a form of solidarity between people living outside the seismic area and the local communities. Future research might build on this, in order to develop suitable and effective solutions to the problems caused by environmental injustice.