Título
Quando jogar se torna um risco: a relação entre características parentais, atitudes dos pais e dos filhos em relação ao jogo, e comportamentos de jogo em adolescentes
Autor
Semanas, Daniela Filipa Pereira
Resumo
pt
O jogo tem-se tornado uma atividade cada vez mais usual entre os adolescentes. Apesar das suas vantagens em termos de desenvolvimento cognitivo e psicossocial, a literatura tem apontado um conjunto de variáveis que conduzem a um entendimento do jogo como um comportamento de risco. O presente estudo pretendeu analisar, a relação existente entre a frequência de jogo (a dinheiro e por entretenimento) de pais e filhos e as seguintes variáveis: percepções, de pais e de filhos, em relação à qualidade da relação pais-filhos, estilos e práticas parentais, perceção dos filhos sobre estilos e práticas parentais, as atitudes dos pais e filhos em relação aos comportamentos de jogo e pretendeu ainda perceber se o facto de os pais jogarem se correlaciona com comportamentos de jogo nos seus filhos. Para responder a estes objectivos foi conduzido um estudo com pais/cuidadores (N = 65) e seus filhos adolescentes (N = 65), recorrendo-se à aplicação de um questionário de auto-resposta em ambos os casos. No que concerne aos resultados foi possível aferir que existem diferenças significativas entre a perceção dos pais e a perceção dos filhos em relação aos comportamentos de jogo na adolescência. Foi ainda possível analisar uma correlação positiva e significativa entre jogar por entretenimento e atitudes relacionadas com uma dimensão social e pessoal. Verificou-se também uma correlação negativa, significativa, entre o estilo parental democrático e a frequência de jogo a dinheiro e uma relação positiva entre o estilo autoritário e permissivo. Todas as implicações teóricas e práticas serão abordadas na discussão.
en
The act of gaming is becoming to be an usual activity among adolescents. It has some advantages in cognitive and psychosocial development but as it has also been pointed in literature there is a group of variables that aim to the idea of gaming as being a risk behavior. The present study had as objective to examine the relationship between frequency of gambling and gaming as entertainment of parents and children regarding the quality of the parent-child relationship, and parenting pratices styles, perceptions of children on parental styles and pratices the attitudes of parents and children in relation to gambling behavior. We also wanted to see it that gambling behavior in their children. To meet these objectives a study was conducted with parents / caregivers (N = 65) and their teenage children (N = 65), using the application of a self-administered questionnaire response in both cases. Regarding the results it was possible to ascertain that there are significant differences between the perception of the parents and the perception of children in relation to gambling behavior in adolescence. It was also possible to analyze a significant positive correlation between playing for entertainment and attitudes related to social and personal dimension. There was also a negative, significant correlation between democratic parenting style and the frequency of gambling and a positive correlation between authoritarian and permissive styles. All theoretical and practical implications of this study will be discussed in the discussion