O propósito deste estudo empírico é procurar entender as razões das escolhas das PME Portuguesas relativamente às maturidades das respetivas dívidas e verificar se elas encontram eco nas teorias sobre maturidade da dívida propostas pela literatura financeira. Estudámos um período da economia Portuguesa - período do início das repercussões da crise financeira de 2008 – em que as empresas, especialmente PME, foram forçadas a tomar penosas decisões de longo prazo sobre o nível e maturidade das respetivas dívidas, para conseguirem sobreviver à política de austeridade que se adivinhava. Com uma amostra de 2,000 PME – anos de 2009 a 2011, utilizámos a metodologia em dados de painel com comparações de médias baseadas em testes t e o modelo de efeitos fixos para as regressões, para verificar quais os fatores determinantes explicativos das diferentes maturidades da dívida dessas PME. Encontrámos uma tendência de crescimento na maturidade da dívida média nos anos em análise. Os resultados são parcialmente consistentes com a teoria de Diamond (1991), segundo a qual empresas de qualidade média tendem a contrair mais dívida de longo prazo, enquanto empresas de baixa e alta qualidade, tendem a contrair mais dívida de curto prazo. Empresas de menor dimensão (normalmente mais afetadas por informação assimétrica) tendem a utilizar mais dívida a curto prazo. Além disso, detetámos provas consistentes com o “clientele argument”, segundo o qual empresas afetadas por taxas de imposto mais altas, contraem dívida com prazos mais longos. Finalmente, empresas com mais oportunidades de crescimento tendem a utilizar mais dívida a curto prazo.

The purpose of this empirical work is to understand the reasoning behind debt maturity choices from Portuguese SMEs and to see if those choices are made based on the existent debt maturity theories proposed by the finance literature. We consider an important period for the Portuguese economy where the country was starting to feel the effects of the 2008 financial crisis and where companies, especially small ones, had to make smart long time decisions about their debt levels and maturities in order to survive future tough austerity policies. With a sample of 2,000 Portuguese SMEs for the time period between 2009 and 2011, using panel data methodology, we run two sample mean comparison t-tests as well as fixed effects model regression in order to study the debt maturity determinants within SMEs. An increasing trend was found on average debt maturity during the three years on analysis. Our study showed partially consistent results with Diamond´s (1991) theory where intermediate quality firms choose to issue more long term debt while high quality firms tend to issue more short term debt. Smaller firms (those more affected by asymmetric information) tend to use debt of shorter maturities. Furthermore, we find evidence supporting the clientele argument where firms affected by higher tax rates have longer debt maturities. Finally, firms with more growth opportunities are using more short term debt.