Título
Buba-Quebo. Corredor de Desenvolvimento no Sul da Guiné-Bissau
Autor
Baldé, Saico
Resumo
pt
O tema deste trabalho está relacionado com as mudanças demográficas, sócio-económicas e ambientais que estão a ocorrer na Guiné-Bissau, em especial, nos sectores de Buba e Quebo (no sul do país).
Estas mudanças fazem-se sentir em todos os domínios da vida comunitária e no ambiente. Têm, contudo, de ser entendidas como uma forma de reacção/adaptação à nova ordem político-económica interna (passagem de uma economia centralizada para uma liberalização sem regras; acompanhadas pela passagem de um sistema de partido único ao multipartidarismo, com grande instabilidade política) e externa por pressão das instituições internacionais.
O objectivo é estudar estas mudanças numa perspectiva de desenvolvimento regional, organização espacial do território através do planeamento e de descentralização administrativa.
Haverá que entender à especificidade e vulnerabilidade dos pequenos territórios, cuja grande maioria da população vive da agricultura de subsistência. Estes espaços têm a sua economia muito exposta, na medida em que quase todos os factores de produção são provenientes do exterior, por isso devem merecer uma atenção especial na elaboração dos programas de desenvolvimento.
Por outras palavras, o desenvolvimento regional aqui defendido, só acontece quando o progresso é levado às pessoas onde elas residem. Porque não podemos continuar a promover o desenvolvimento fazendo as pessoas ir a onde ele acontece, mas sim inverter o processo que leva o desenvolvimento às pessoas onde elas estão. De outro modo, o desenvolvimento deixaria de cumprir com um dos seus objectivos fundamentais, a sustentabilidade, não só económica, mas também ambiental e territorial – a razão de ser do desenvolvimento regional.
en
This thesis examines demographic, socioeconomic and environmental changes that are taking place in Guinea-Bissau, in particular, in the districts of Buba and Quebo (south of the country).
These changes are profoundly felt in all walks of community life and in the environment. However, the changes have to be understood as an adjustment and reaction to the new internal economic and political order (i.e. transition from a centralized economy into liberalization without rules, accompanied with a shift from one party into multi-party democracy, with high political instability) and external pressures from international institutions.
The objective is to study these changes using a regional development perspective, spatial organization, and administrative decentralization.
There‟s a need to understand the specificity and vulnerability of small states, where the overwhelming majority rely on subsistence farming for their living. These territories have their economies exposed as all of their production inputs come from abroad. Thus, special attention should be paid when preparing development plans.
In other words, the regional development we defend here only happens when progress is taken to the places where people live. We cannot continue promoting the development that displaces people to where it is happening. Otherwise, development misses one of its key objectives, sustainability.in economic, environmental and spatial terms.