Este trabalho centra-se no estudo das dinâmicas familiares e intergeracionais das mulheres africanas em contexto de bairro, tendo na sua base a esfera cultural. O seu principal objectivo é contribuir para a compreensão do objecto de estudo em questão, à luz de três dimensões de análise: familiar, pessoal e espacial e posteriormente, repensar a possibilidade de adopção de novos quadros de valores e perspectivas, em relação ao conceito de ghetto/bairro e ao papel da mulher africana no processo de reprodução cultural. Neste sentido foi desenvolvida uma abordagem multidisciplinar para compreender as dinâmicas familiares e intergeracionais a partir dos enquadramentos teóricos e conceptuais existentes. O estudo empírico foi desenvolvido através de um trabalho de natureza qualitativa, recorrendo-se à análise de conteúdo de entrevistas semi-directivas para assim dar visibilidade e compreensibilidade às práticas e experiências existentes no bairro. Fazem parte da amostra um grupo de mulheres africanas residentes em bairros sociais das zonas de Lisboa e Vale do Tejo constituída por 8 jovens mulheres, com idades compreendidas entre 16 e os 25 anos e 8 avós com mais de 50 anos. Como conclusão reconhecemos a necessidade de representar os ghettos de hoje uma vez que, após esta investigação, novas questões orientadoras poderiam ser formuladas, já que não se conheceu definições únicas ou consensuadas sobre o mesmo.

This social work focuses on the study of family dynamics and intergenerational context of African women in the neighborhood with its base in the cultural sphere. Its main objective is to contribute to the understanding of the subject of study in question, in three dimensions of analysis: family, individual/personal sphere and space, and then review the possibility of adoption of new tables of values and perspectives in relation to the concept of ghetto/neighborhood and the role of African women in the process of cultural reproduction. In this sense was developed a multidisciplinary approach to understand the family dynamics and intergenerational from existing conceptual and theoretical frameworks. The empirical study was developed through a work of a qualitative nature, using up to content analysis of semi-guided interviews. It was a way to give visibility and understandability to the practices and experiences existing in the neighborhood. They are part of the sample, a group of African women living in social areas/neighborhoods of Lisbon and Tagus Valley that have the following distribution: 8 young women aged between 16 and 25 years and 8 grandparents over 50 years. In conclusion we recognize the need to represent the ghettos of today because, after this research, some issues and new guidelines could be made, since it is not known single definitions about this reality.