Título
Concepções de eficácia da gestão de recursos humanos: Entre a praxis e a teoria
Autor
Cardoso, Susana Marina da Silva
Resumo
pt
Os desenvolvimentos teórico-empíricos no campo da eficácia da GRH estão pouco
integrados (Deadrick & Gibson, 2007) e assiste-se a divergências que podem conduzir a
impasses conceptuais (Hirsch & Levin, 1999). No sentido de compreender até que ponto esta
fragmentação se estende ao campo conceptual dos práticos e qual o grau de partilha
conceptual e instrumental entre práticos e teóricos, propusemo-nos desenvolver um estudo
exploratório, de natureza qualitativa.
Realizámos entrevistas, semi-estruturadas, a 36 profissionais de GRH (16 gestores e
20 gestores de linha) de 16 empresas (metade com a reputação de Great Place to Work) de
diferentes sectores e dimensões, entre as quais líderes de mercado. As entrevistas focaram as
concepções de eficácia da Gestão de Recursos Humanos (EGRH) dos práticos tomando por
comparação as dos teóricos bem como os instrumentos de monitorização da EGRH.
Constatámos que as concepções dos práticos são diversificadas, com um espaço
conceptual partilhado com os teóricos e, de um modo geral, focalizadas na Satisfação e Bemestar
dos Colaboradores e no Desenvolvimento do Capital Humano.
As diferenças encontradas entre teóricos e práticos estão ao nível da medição da
contribuição da GRH para a eficácia organizacional. Os práticos utilizam sobretudo a Gestão
por Objectivos para monitorizar a EGRH. Porém, esta é uma abordagem menos eficaz e está
muito distante das abordagens de ponta sugeridas pelos teóricos (cf. Phillips et al, 2001).
Adicionalmente, verificámos que os gestores de RH e os gestores de linha ainda não
constituem verdadeiros parceiros no desenvolvimento da função RH.
en
Theoretical and empirical developments in the field of HRM effectiveness are scarcely
integrated (Deadrick & Gibson, 2007) and divergences may lead to conceptual dead ends
(Hirsch & Levin, 1999). In order to understand the degree to which this fragmentation is
extensive to the conceptual field of the practitioners, and to what level practitioners and
theorists share the same concepts and instruments, we are proposing to develop an exploratory
study, of qualitative nature.
We have conducted semi-structured interviews, to 36 HRM professionals (16
managers and 20 line managers) from 16 companies (half of which accredited as Great Place
to Work) from different industries and different sizes, some of which renowned as market
leaders. Interviews focused on the HRM effectiveness (HRME) conceptions of the
practitioners taking by comparison those of the theorists, as well as the HRME monitoring
instruments.
We have observed that the practitioner’s conceptions are diversified, with a conceptual
scope that is partially shared by the theorists and, generally speaking, focused on the
fulfillment of employee’s Well Being and on Human Capital Development.
The differences between theorists and practitioners are found in the measurement of
HRM’s contribution to organizational effectiveness. Practitioners mainly use Management by
Objectives to monitor HRME. However, this is a less effective approach and is very distant
from the leading-edge approaches suggested by the theorists (cf. Phillips et al, 2001).
Additionally, we have established that HR managers and line managers are yet to
become real partners in the development of the HR function.