Título
O PAIGC e as repercussões da luta nacionalista na imprensa ocidental
Autor
Santos, Isabel Gorjão
Resumo
pt
Durante o Estado Novo, e sobretudo nos anos da guerra colonial que se prolongou de 1961 a 1974, os movimentos nacionalistas nas colónias portuguesas em África tentaram estabelecer laços diplomáticos, conquistar apoio internacional e convencer o mundo da justiça da sua luta. Fizeram-no de várias formas, incluindo contactos com representantes de diversos países e com jornalistas e jornais que poderiam ajudar a criar uma opinião pública favorável à causa nacionalista.
O tema deste trabalho, que se integra no domínio científico das Relações Internacionais, é a relação o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e a imprensa internacional, e a forma como este partido recorreu a estratégias de propaganda para promover a sua luta de libertação.
Os artigos publicados em três jornais – The New York Times, Times e Le Monde – foram as principais fontes deste trabalho. Para além disso, pesquisou-se o tratamento dado à luta contra o colonialismo na Guiné-Bissau por parte de revistas especializadas em África, como a Afrique-Asie e a Jeune Afrique, e pelos próprios meios criados pelo PAIGC para difundir informação, como os boletins Libertação e PAIGC Actualités e a Rádio Libertação.
Ao promover conferências de imprensa e estimular visitas dos jornalistas às zonas libertadas, o PAIGC mostrou estar consciente da importância de divulgar os seus objectivos e sucessos militares. E a imprensa, que assumiu maioritariamente uma posição anti-colonialista, foi uma parte importante dessa estratégia.
en
During the Estado Novo, and particularly in the years of the colonial war, between 1961 and 1974, the nationalist movements in the Portuguese colonies in Africa tried to establish diplomatic ties, get international support and convince the world of the fairness of their struggle. This was done in many ways, including contacts between leaders of nationalist groups and officials of different countries, and even through journalists and newspapers who could help to create a favorable public opinion with regards to the nationalist cause.
This work, integrated in the study area of International Relations, refers to Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), in Guinea-Bissau, and its relationship with the international press, and how the party used propaganda strategies to promote its liberation struggle.
Articles published in three international newspapers – The New York Times, The Times and Le Monde – were the fundamental sources of this work. Furthermore, the fight against colonialism in Guinea-Bissau was also reported by magazines which specialized in the African continent, like Afrique-Asie and Jeune Afrique, and the PAIGC also had its own means to spread information, namely the bulletins Libertação and PAIGC Actualités and the radio station Rádio Libertação.
Promoting press conferences and allowing journalists to visit the liberated areas, the PAIGC was aware of the importance of publicizing its objectives and military achievements. And the press, who mostly assumed an anti-colonialist position, was an important part of this strategy.