Título
Práticas educativas parentais e a agressividade no adolescente: Que relação?
Autor
Pinto, Carla Cristina de Jesus Magalhães
Resumo
pt
A presente investigação pretendeu analisar as práticas parentais de ambos os progenitores, a
agressividade nos adolescentes de ambos os sexos e em função da área de residência, bem
como relação entre as práticas educativas parentais e os comportamentos agressivos destes
últimos. Deste modo, foram aplicados o Agression Questionnaire (A.Q.; Buss & Perry, 1992;
adaptação portuguesa de Simões, 1993) e o Inventário de Práticas Educativas (IPE; Machado,
Gonçalves & Matos, 2007), a uma amostra de adolescentes portugueses (N = 109) e seus
progenitores (N = 109), respectivamente, residentes no interior/rural e no litoral/urbano do
país. Em termos gerais, verifica-se não existirem diferenças significativas nas práticas
parentais de ambos os progenitores. No que diz respeito aos adolescentes, são os rapazes que
vivem no interior/rural que manifestam maior agressividade (agressividade física e raiva),
quando comparados com os do litoral; comparando os adolescentes do litoral, são as raparigas
que expressam maior agressividade verbal. Ainda, os resultados indicam que existe uma
correlação negativa entre práticas parentais adequadas, nomeadamente dos pais, e a
agressividade nos adolescentes (no subtipo hostilidade), e uma correlação positiva entre maus
tratos físicos e comportamentos potencialmente maltratantes, de ambos os progenitores, e o
comportamento agressivo dos adolescentes (ex, agressividade física e raiva). Finalmente,
comportamentos maltratrantes das mães estão relacionados com uma maior agressividade nos
rapazes (ex., agressividade física, raiva e hostilidade) e não nas raparigas. Os resultados serão
analisados e discutidos com base nas abordagens teóricas descritas no enquadramento teórico.
en
This research intends to analyze the influence of parental practices on adolescent
aggressiveness in both genders, and according to their residential area, as well as the
connection between parental practices and the subject’s aggressive behaviour. So, the
Aggression Questionnaire (A.Q.; Buss & Perry, 1992; Portuguese adaptation by Simões,
1993) and the Inventário de Práticas Educativas (IPE; Machado, Gonçalves & Matos, 2007),
were applied to a sample of Portuguese adolescents (N = 109) and their respective parents (N
= 109), all residents of the country’s inland/rural and coastline/Urban territories. In general
terms, it was verified that there weren’t any significant differences in the parental practices of
either the mother or the father. Regarding adolescents, the boys who live in the inland
territories manifest higher aggressiveness (physical aggression and rage), when we compare
them with same group that lives in the coastline. By comparing the adolescents that live in the
coastline, we also found that the girls display a higher verbal aggressiveness than the boys.
Even so, the results indicate that there is a negative correlation between good parenting
practices, namely on the father’s side, and adolescent aggressiveness (hostility subtype), as
well as a positive correlation between physical maltreatment and potentially abusive
behaviour (from both parent’s sides) and adolescent aggressive behaviour (ex, physical
aggression and rage). In closing, the mother’s abusive behaviour is connected to higher
aggressiveness in boys (ex, physical aggression, rage and hostility), but not in girls. The
results will be analyzed and discussed based on the theoretical approaches detailed in the
theoretical framework.