Título
A atitude dos moradores do Bairro do Sambizanga face à reconversão urbana: relação com a vinculação ao lugar e o bem-estar subjectivo
Autor
Sousa, Bebiana Albino de
Resumo
pt
O presente trabalho pretende analisar a atitude dos moradores do bairro do Sambizanga face à reconversão urbana, à sua relação com a vinculação ao lugar; e o respectivo bem-estar subjectivo das populações deste bairro.
Os estudos sobre vinculação ao lugar permitem uma associação positiva de afectos entre indivíduos e os seus ambientes residenciais (Shumaker& Taylor, 1983), ou seja, uma associação que cria sentimentos de conforto e segurança (Rivlin, 1982).
Este estudo contou com a participação de 68 moradores residentes no bairro do Sambizanga, especificamente, os que foram abrangidos na primeira fase de reconversão. Deste modo, foi utilizada uma metodologia quantitativa que permitiu analisar as escalas de vinculação ao lugar de Hernández, et al. (2007), os indicadores do bem-estar subjectivo de Diener (2000), e de satisfação residencial de Amérigo (1995).
Os resultados obtidos indicaram uma relação de significância negativa entre a atitude face à reconversão urbana e a vinculação ao lugar. A casa e o bairro foram objectos de menor apego por parte dos indivíduos; estes apresentaram-se pouco satisfeitos com as suas residências.
Os indivíduos que se percepcionaram mais saudáveis são os que estão mais satisfeitos com a residência e mais vinculados com a casa e não com o bairro. E os com menor percepção de saúde são os que apresentam pior atitude face à reconversão urbana e ao futuro do bairro.
A presente pesquisa contribuiu para alargar a investigação inexistente sobre os conceitos relacionados no estudo, demonstrando a importância dos mesmos na vida das populações em situações de mudança residencial.
en
The present study aims to examine the attitude of the residents of the neighborhood of Sambizanga regarding the urban redevelopment, their relationship with the attachment to the place, and their subjective well-being.
Studies about attachment to a place, allow a positive association between individuals and their residential environments (Shumaker & Taylor, 1983), that is, an association that creates feelings of comfort and safety (Rivlin, 1982).
This study involved the participation of 68 residents living in the neighborhood of Sambizanga, specifically, those that were covered in the first phase of redevelopment. Thus, we used a quantitative methodology that allowed us to analyze the scales of place attachment (Hernandez, et al, 2007), indicators of subjective well-being of Diener (2000), and residential satisfaction by Amérigo (1995).
The results indicated significant relationship between negative attitude towards urban regeneration and attachment to place. The house and neighborhood were objects of lower attachment by the individuals; they present themselves unsatisfied with their homes.
Those individuals who perceived healthier are the most satisfied with their home and more connected with the house and not with the neighborhood. On the other hand, those with a lower perception of health are those who present a worse attitude towards urban redevelopment and the future of the neighborhood.
This research helped to extend the inexistent research on the concepts related in this study, demonstrating their importance in the lives of people in situations of residential change.