O contexto laboral atual tem levado a que o teletrabalho tenha cada vez mais adeptos e que seja adotado por muitas empresas. O presente estudo qualitativo exploratório visou enquadrar as vivências dos trabalhadores e da chefia no contexto do teletrabalho. Foram analisadas as condições de trabalho, através de entrevistas a 8 díades de teletrabalhadores e respetiva chefia direta. O foco foram os antecedentes do teletrabalho, o seu processo e os impactos desta modalidade, ao nível organizacional e individual. Ao nível dos antecedentes verificou-se que o que leva à adoção desta modalidade é, frequentemente, o tipo de função a desempenhar. Também parece existir um perfil definido para o teletrabalhador, no qual a responsabilidade, capacidade de organização autonomia e disciplina, desempenham os papéis principais. No geral, os teletrabalhadores estão satisfeitos com o teletrabalho e não pretendem voltar à tradicional modalidade de trabalho. Porém, alguns trabalhadores admitem sentir isolamento e ausência da estrutura da empresa. Ao nível da intervenção, é importante que as empresas proporcionem condições de trabalho adaptadas à modalidade em causa e que desenvolvam mecanismos de suporte e acompanhamento ao teletrabalhador, de forma a melhorar a sua integração nas equipas de trabalho. Por outro lado, os trabalhadores necessitam de ferramentas para gerir o seu horário e espaço de trabalho (que muitas vezes coincide com a sua residência), permitindo uma adequada separação entre a esfera profissional e doméstica. Neste sentido, uma das conclusões do estudo prende-se com a necessidade de investir ao nível da formação para esta modalidade de trabalho, quer no que respeita à preparação dos trabalhadores quer das próprias chefias.

The current work context has meant that telecommuting has more fans and is adopted by many companies. This exploratory qualitative study aimed to frame the experiences of workers and management in the context of teleworking. We analyzed the working conditions, through interviews with eight dyads of teleworkers and their direct leadership. The focus was the antecedents of telework, its process and the impacts of this modality, at the individual and organizational level. In terms of antecedents it was found that what leads to the adoption of this modality are the functions to be performed and that there appears to be a profile on that responsibility, organizational skills and self discipline, play the lead roles. Overall, teleworkers are satisfied with the telework and do not intend to go back to the traditional workplace. However, some workers have admitted feeling isolation and lack of structure of the company. In terms of intervention, it is important that companies provide working conditions adapted to the modality in question and that develop mechanisms of support and monitoring to the teleworker, to improve their integration into work teams. On the other hand, workers need tools to manage their time and work space (which often coincides with their residence), allowing adequate separation between professional and domestic sphere. In this sense, one of the study's findings relates to the need to invest in training for this type of modality, both as regards the preparation of workers as their direct leadership.