Título
Psicoimunologia e cancro da mama: Factores psicossociais e função imunitária em mulheres com neoplasia mamária
Autor
Sousa, Filomena Cristina Pizarro
Resumo
pt
A investigação acerca do cancro da mama tem demonstrado que este diagnóstico é gerador de
stress, podendo afectar múltiplos aspectos da vida da mulher.
Neste contexto, este estudo tem como objectivo contribuir para uma melhor compreensão das
condições psicossociais e emocionais que parecem afectar a imunocompetência no cancro da
mama. Para tal, usámos uma amostra de 41 mulheres diagnosticadas com cancro da mama,
com idades entre os 32 e os 75 anos (M=56,1; DP=10,1) e foram avaliadas variáveis
psicossociais e imunológicas: níveis de ansiedade e depressão (HADS), estratégias de coping
utilizadas (Mini-Mac), stress percebido (PSS-4), percepção de suporte social (ESSS) e o bemestar
subjectivo (SWLS), bem como os parâmetros da função imunitária (Linfócitos T, B, e
NK).
Os resultados dos auto-relatos mostraram, como esperávamos, que os estados emocionais
negativos (ansiedade, stress e depressão) estavam inversamente associados à percepção de
bem-estar subjectivo. As estratégias de coping Preocupação ansiosa e Desânimo-Fraqueza
associaram-se ainda a uma maior percepção de stress enquanto que estratégias de coping mais
adaptativas (Espírito de Luta) se associaram negativamente com a percepção de stress.
As relações destas variáveis com a resposta imunitária são mais complexas. Não se verificou
relação entre os estados emocionais, a percepção de bem-estar subjectivo e a resposta
imunitária. As dimensões intimidade e actividades sociais da variável suporte social,
associaram-se positivamente com os linfócitos T CD3+ e T CD8+ respectivamente. As
dimensões satisfação com amigos e intimidade associaram-se negativamente com os
Linfócitos B CD19+ e NK CD3-CD56+. Estratégias de coping menos adaptativas
(Evitamento Cognitivo) associaram-se negativamente com os Linfócitos B CD19 +.
en
The study of breast cancer has shown that this diagnosis is generating stress, which may affect
multiple aspects of women´s lives.
In this context, this paper aims to contribute to a better understanding of the psychosocial and
emotional conditions that seem to affect the immune response in breast cancer. For the
purposes of this study, we used a sample of 41 women diagnosed with breast cancer, aged 32
to 75 years (M = 56.1, SD = 10.1), having been assessed psychosocial and immune variables:
levels of anxiety and depression (HADS), coping strategies used, (Mac Mini), perceived stress
(PSS-4), social support perception (ESSS) and subjective well-being (SWLS). We evaluated
the parameters of immune function (T lymphocytes, B, and NK).
The results of self-reports showed, as expected, the negative emotional states (anxiety, stress
and depression) were inversely associated with perception of subjective well-being. The
coping strategies "anxious Preoccupation" and "Discouragement-Weakness" were also
associated with a higher perception of stress while more adaptive coping strategies (Fighting
Spirit) were negatively associated with perceived stress.
The relationships between these variables and the immune response are more complex. There
was no relationship between emotional states, perceived subjective well-being and immune
response. The dimensions of intimacy and social activities of the variable "social support"
were positively associated with T CD3+ e T CD8+ lymphocytes, respectively. The
dimensions of satisfaction and intimacy with friends were negatively associated with B
CD19+ e NK CD3-CD56+ lymphocytes. Less adaptive coping strategies (Cognitive
Avoidance) were negatively associated with B CD19+ lymphocytes.