O mundo da arte, com as suas feiras internacionais e os seus leilões históricos, caracterizou-se sempre por ser um meio extremamente opaco e inacessível, alheio às vicissitudes da população. Dentro deste meio, as galerias são espaços que procuram conviver com dois perfis: enquanto os seus principais clientes e fornecedores fazem parte do mundo fechado da arte, o espaço está rodeado pelo mundo real que se rege por necessidades muito mais prosaicas. E apesar de a sua situação lhes permitir abrir-se a novos públicos para darem a conhecer os seus artistas e ampliar o seu negócio, não costumam fazer muitos esforços para aumentar a sua base de consumidores. O seu principal objectivo continua a ser a revalorização da obra dos seus artistas e a sua legitimação como galeria de arte; ou seja, uma galeria que consiga gerir a carreira dos artistas de modo a que as suas obras possam integrar uma colecção importante, pública ou privada. Por outro lado, tem-se o consumidor com as suas necessidades específicas de decoração mais sem acesso ao mercado da arte que recorre a outros tipos de comércio para satisfazê-las. Habitualmente, descrevem a galeria de arte como um lugar frio e pouco confortável. Nesta proposta expõe-se uma ideia de negócio que consiste na democratização real da arte: disponibilizar arte de qualidade a bom preço, através de espaços pensados exclusivamente para o consumidor não entendido, ou esporádico, de obras de arte. Tudo a pensar nas necessidades deste público-alvo, desde a decoração do espaço até à selecção de obras, dando prioridade à rotação e não à margem.

The art world, with its international fairs and historic auctions, has always been extremely opaque and inaccessible, usually unaware of people’s needs in terms of art works. Galleries have to live, in one hand, with artists and clients that belong to the exclusive art world, but on the other side the physical space of the gallery is situated in the real world, surrounded by people who does not fully understand their proposals and have other worries besides where the art is going to. One would think that due to this duality galleries would try to interact with the non-specialist so they would increase their potential target, but reality shows that rather to do so they prefer to keep with their base customers and collectors. For their main objective is to promote their artist’s career as well as to establish the gallery as a player in the sector, legitimated by their exhibitions and the success of their artists. The mainstream customer, on the other side, considers the gallery as an inhospitable space, often described as cold and snob, and fulfills its decorations and aesthetical needs in other spaces. Habitually they do not even consider the gallery as somewhere to find what they need because they consider it is not a place for “them”. This project tries to respond to this exclusion by proposing an alternative and comfortable space where art is truly accessible to everyone through an art supply of quality but as well a good value for money, where non-pretentious information is given to the public so they can decide for themselves without being intimidated by no gallery expert.