Título
Planeamento de defesa e gestão das alianças: Portugal nos primeiros anos da guerra fria 1945-1959
Autor
Rocha, Jorge Manuel Lima da Silva
Resumo
pt
A primeira década do pós Segunda Guerra Mundial traz consigo um novo ambiente
securitário pleno de desafios mas também de obstáculos a superar. Tendo em conta os
compromissos assumidos em primeiro lugar com a Espanha de Franco e, mais tarde, com a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os Estados Unidos da América, as
autoridades portuguesas veem-se por essa altura a braços com a difícil tarefa de levar a cabo
o planeamento da defesa militar de Portugal envoltas num ambiente propício a tensões de
caráter bilateral e multilateral que irá refletir-se na forma como vai ser efetuado esse mesmo
planeamento. Esta é uma questão que apesar de merecer menção pontual em algumas obras,
não tinha ainda sido analisada de forma mais sistemática e global. Centrando a nossa atenção
num período que se considera de importância capital para o desenvolvimento da capacidade
de defesa coletiva das Nações Ocidentais (1945-1959) e durante a qual, em Portugal, se
opera uma das maiores e mais radicais transformações das políticas de defesa e militar da
história nacional, procuramos com a investigação que levamos a cabo compreender o
planeamento de defesa então elaborado em Portugal de modo a avaliar em que medida esse
mesmo planeamento esteve sujeito a condicionalismos derivados das alianças estabelecidas
pelo Estado português. O estudo que efetuamos permitiu-nos concluir que o planeamento de
defesa efetuado em Portugal nos anos de 1945 a 1959 assumiu um grau de complexidade
elevado, tendo sido significativamente condicionado pelos compromissos decorrentes das
alianças políticas e militares assumidas pelas autoridades nacionais, antes e durante o período temporal objeto do nosso estudo.
en
The first decade after Second World War brings a new securitarian environment full of
challenges but also obstacles to overcome. With alliances established primarily with Spain
and, later, with the North Atlantic Treaty Organization (NATO) and the United States, the
Portuguese authorities find themselves at that time struggling with the difficult task to
carryout the national defense planning surrounded by an environment favorable to bilateral
and multilateral tensions that will have effects in the execution of that same planning. This is
an issue that deserves some occasional mention in some books but had not yet been analyzed
in a more systematic and comprehensive way. Focusing our attention in a period which is
considered of great importance for the development of collective defense capability of the
Western World (1945-1959) during which, in Portugal, takes place one of the largest and
most radical transformations of defense and military policies in the Portuguese national
history, we tried, with the research we have carried out, to understand the defense planning
then developed in Portugal in order to evaluate to what extent that same planning was
subject to constraints arising from the alliances established by the Portuguese authorities.
After completing this study we can conclude that the intricate defense planning implemented
in Portugal in the years 1945 to 1959 was significantly conditioned by commitments
resulting from the political and military alliances established by the Portuguese national
authorities before and during that time period.