Título
Young people and labour market segmentation in Europe: an institutionalist perspective
Autor
Marques, Paulo
Resumo
pt
A presente tese tem como objetivo identificar as causas que estão na origem de uma
crescente segmentação no mercado de trabalho, nomeadamente a que é caracterizada
por uma precarização da situação laboral dos jovens. Começa-se por argumentar que
as explicações baseadas numa suposta rigidez do mercado de trabalho devido a uma
elevada proteção no emprego para os insiders ou as explicações baseadas na
existência de uma dicotomia crescente entre o setor industrial e o dos serviços não
conseguem explicar porque é que em alguns países europeus são sobretudo os jovens
que são os outsiders. Em resposta a esta questão, argumenta-se que uma elevada
conflitualidade social (devido à existência de um sistema de relações laborais
descoordenado ou ao processo de liberalização) e uma baixa proporção de empregos
no setor primário do mercado de trabalho constituem a força motriz deste processo.
Adicionalmente, também se defende que, embora a elevada proteção no emprego
agrave a segmentação porque reforça o poder dos grupos com mais poder político, a
elevada proteção no emprego não constitui isoladamente uma condição suficiente
para que o processo ocorra.
A parte empírica deste trabalho utiliza duas metodologias distintas: o fsQCA e
uma análise comparada de dois estudos de caso. A análise com o fsQCA corrobora o
argumento teórico e as hipóteses formuladas, e mostra que é nos países da Europa do
Sul e Anglo-Saxónicos que este processo está mais presente. A análise comparada dos
dois setores de atividade mostra que enquanto nas telecomunicações os jovens foram
especialmente afetados pela precarização das condições de trabalho, uma situação
semelhante não ocorreu no setor da fabricação de veículos automóveis.
en
This thesis aims to identify the causes that have led to growing labour market
segmentation, particularly the one characterized by a precarious labour situation of
young people. We begin by claiming that arguments based on a supposed rigidity of
the labour market due to high employment protection for insiders or arguments based
on a growing dichotomy between the industrial core and the service sector cannot
explain why, in some European countries, outsiders are mainly young labour market
participants. To address this puzzle, it is argued that high social conflict (due to the
existence of an uncoordinated system of industrial relations or liberalization) and a
small proportion of primary sector jobs are the driving forces of this process. In
addition, we also argue that, even though high employment protection aggravates
segmentation because it reinforces the power of those with more political power, high
employment protection alone is not sufficient for the process to occur.
The empirical part of this study uses two different methodologies: fsQCA and
a comparative analysis of two case studies. The fsQCA analysis supports the
theoretical argument and hypotheses, and shows that it is in Southern and Anglo-
Saxon countries that this process is more present. A comparative analysis of the two
sectors shows that while in telecommunications young people have been particularly
affected by more precarious working conditions, a similar process did not occur in the
vehicle manufacturing industries