Título
Arquitectura moderna e Portuguesa: Lisboa 1938-1948
Autor
Pinto, Paula Cristina André dos Ramos
Resumo
pt
A tese Arquitectura Moderna e Portuguesa: Lisboa 1938-1948, elabora uma revisão
crítica dos conceitos e da história da arquitectura moderna e da arquitectura
tradicionalista no período que decorre entre 1938 e 1948, centrando-se na cidade de
Lisboa. Nela se investigam as obras, os projectos e a cultura arquitectónica dos
respectivos autores - expressa através da sua formação, viagens, exposições,
conferências, ensaios, publicações periódicas e concursos - elaborando uma leitura
transversal, desvendando convergências, contradições e confrontando a produção
teórica com a produção material. Os arquitectos portugueses, tal como os seus colegas
europeus, procuravam uma linguagem que articulasse a modernidade dos conceitos e
das formas com a sua cultura e tradição. A política de Obras Públicas de Duarte
Pacheco teve em Lisboa um palco privilegiado da articulação entre e arquitectura e o
urbanismo, sendo possível observar através das suas construções, assim como do modo
como se fez a sua divulgação, as múltiplas sínteses que então se desenvolveram. O
confronto que estabelecemos entre a arquitectura moderna e tradicionalista mostra que
os respectivos corpus teóricos tinham por vezes barreiras muito ténues. Por essa razão, a
arquitectura deste período em Portugal, na maior parte dos casos, é dual e a designamos
de moderna e portuguesa. A cobertura plana foi um dos temas centrais desse debate
tornando-se a imagem e símbolo da arquitectura moderna, internacional. A sua recusa,
traduzida na utilização de uma cobertura inclinada tradicional, era entendida como uma
atitude conservadora, nacionalista e anti-moderna. As questões ideológicas do tempo
histórico que então se vivia vieram tornar a discussão complexa, ambígua, por vezes
contraditória, e assim reconhecida pelos próprios protagonistas.
en
The thesis Arquitectura Moderna e Portuguesa: Lisboa 1938-1948 (Modern and
Portuguese Architecture: Lisbon 1938-1948) elaborates a critical revision of the
concepts and the history of modern architecture and traditionalist architecture in the
period between 1838 and 1948, focusing on the city of Lisbon. In this work are
researched the works, the projects and the architectural culture of the respective authors
- expressed in their education, study trips, exhibitions, conferences, essays, periodical
publications and competitions - unfolding a transversal reading, revealing convergences,
contradictions, and confronting the theoretical production with the material production.
Like their European colleagues, Portuguese architects searched for a language that
would articulate the modernity of the concepts and of the forms with their own culture
and tradition. Duarte Pacheco's policy of Public Works had in Lisbon a privileged stage
for the articulation of architecture and urbanism, and one is able to observe, by means of
their constructions as well as of way their divulgation was carried out, the multiple
synthesis that were developed. The confront that we establish between modern
architecture and traditionalist architecture shows that the respective theoretical corpus
had, sometimes, very thin barriers between them. For that reason, Portuguese
architecture of this period, in most cases, is dualist and we denominate it as modern and
Portuguese. The flat roof was one of the central themes of this debate, becoming the
image and the symbol of modern, international architecture. Its refusal, translated in the
use of traditional pitched roofs, was regarded as a conservative, nationalistic, and anti-modern attitude. Ideological issues, a consequence of those historical times, made this a
complex, ambiguous and sometimes contradictory, which was recognized by the very
protagonists involved.