Teses e dissertações

Doutoramento
Economia
Título

Análise económica da dimensão relacional do voluntariado

Autor
Pereira, Gabriela Moreira
Resumo
pt
Num primeiro momento, analisámos criticamente os modelos económicos tradicionais que pretendem explicar o voluntariado, concluindo que, embora foquem motivações importantes, apresentam uma análise redutora. A incapacidade revelada pela Economia em explicar a complexidade do comportamento voluntário inspirou-nos a explorar um caminho alternativo, centrado na dimensão relacional. Analisada a literatura sobre voluntariado, comportamento pró-social e relações interpessoais, avançamos com uma proposta de abordagem teórica de explicitação do voluntariado assente na teoria dos bens relacionais. No estudo empírico, construímos dois índices que medem a intensidade das interacções pessoais, um para a participação em actividades sócio-culturais e outro para o apoio a outras famílias. Para além destes índices e das variáveis socioeconómicas, obtivemos outro vector de variáveis que nos permitiram testar hipóteses relacionadas com a forma como os voluntários ocupam o tempo. Da análise econométrica, obtivemos resultados robustos para a associação entre intensidade relacional e participação em voluntariado, qualquer que seja o índice utilizado. Nas horas de voluntariado, apenas o índice de apoio a outras famílias revelou impacto positivo. Concluímos que, ao contrario do previsto pela teoria económica, os voluntários trabalham mais, estão envolvidos em mais actividades de lazer activo, dedicam mais tempo ao trabalho doméstico e ainda são voluntários. Explicamos as diferenças entre voluntários e não voluntários com base na preferência por um estilo de vida mais activo e na presença de uma orientação pró-social. Um dos contributos principais da análise empírica é a distinção entre dois tipos de bens relacionais, uns associados a motivações altruístas e outros à sociabilidade propriamente dita.
en
We began with a critical analysis of the traditional economic models of volunteering to conclude that, although their findings reveal some important motivations related to volunteering, the models are reductive. The inability of Economics in explaining the complexity of volunteer behaviour led us to explore an alternative path, focused on its relational dimension. After a review of the literature on volunteering, pro-social behaviour and interpersonal relations, we advance a proposal for a theoretical approach to volunteering based on the notion of relational goods. In our empirical work, we constructed two indexes that measure the intensity of personal interactions (relational intensity), one for the participation in cultural and social activities, the other for the support to other families. In addition to these indexes and the socio-economic variables, we obtained another vector of variables, which allowed us to test hypotheses related to how volunteers use their time. The econometric analysis provided robust results for the association between relational intensity and participation in volunteering, for both indexes. As for hours of volunteering, only the index of support to other families displays positive impact. We conclude that, contrary to standard economic predictions, volunteers work more hours, are more engaged in active leisure activities, spend more time in housework and still find time to be volunteers. We explain the differences between volunteers and non-volunteers by a preference for a more active lifestyle (they spend less time in passive activities) and the presence of a prosocial orientation. One of the main contributions of the empirical analysis is the distinction between two types of relational goods, some associated with altruistic motivations and others with sociability itself.

Data

22-jun-2016

Palavras-chave

Comportamento pró-social
Bens relacionais
Relational goods
Prosocial behaviour
Simpatia
Sympathy
Voluntariado -- Volunteering

Acesso

Acesso livre

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