Título
Party-system fragmentation and its effect on likelihood of voting: the moderating role of polarization
Autor
Valentim, Vicente Dinis
Resumo
pt
A relação entre fragmentação dos sistemas partidários e participação eleitoral é controversa.
Teoricamente, alguns autores argumentam que a fragmentação tem um efeito positivo sobre a
participação eleitoral, enquanto outros defendem o oposto. Empiricamente, diferentes estudos têm
corroborados ambas as expectativas.
Esta dissertação pretende contribuir para resolver esta controvérsia. Argumenta que os resultados
contraditórios da literatura se devem à sua negligência do papel moderador que a polarização deve
desempenhar sobre a relação entre fragmentação e participação eleitoral. Em contextos altamente
polarizados, os partidos oferecem alternativas mais diferenciadas aos eleitores. Assim, é expectável
que um maior número de partidos funcione como incentivo ao voto, por tornar a identificação
partidária mais provável e possibilitar que os esforços de mobilização dos partidos alcancem diferentes
eleitores. No entanto, em contextos pouco polarizados o maior número de partidos não se traduz numa
maior riqueza das alternativas. Um aumento da fragmentação deve assim reduzir a participação
eleitoral, por aumentar os custos de acesso a informação e colocar os eleitores debaixo da pressão
simultânea de diferentes partidos.
Estas expectativas são testadas através de um inquérito experimental. Os resultados corroboram o
argumento central. Em contextos altamente polarizados, a fragmentação tem um efeito positivo sobre
a probabilidade de um indivíduo votar, mas este efeito é negativo em contextos pouco polarizados. O
efeito negativo da fragmentação em contextos pouco polarizados é parcialmente mediado pelos custos
cognitivos do voto. Em contextos altamente polarizados, é a intensidade com que um indivíduo
prefere um partido que medeia a relação, embora esta mediação funcione no sentido oposto ao
esperado.
en
The relation between party-system fragmentation and turnout is a puzzling one.
Theoretically, some authors argue that higher fragmentation boosts turnout, whereas others argue the
opposite. Empirically, different studies have paid support to both these expectations.
This dissertation aims to shed some light over this controversy. It contends that these conflicting
results are due to a neglect of the moderating role that polarization is expected to play over the relation
between fragmentation and turnout. In highly polarized party systems, parties are likely to provide
voter with more differentiated alternatives. Thus, a higher number of parties is likely to work as an
incentive to voting, by increasing overall levels of party identification and increasing the likelihood
that the mobilization efforts of parties will reach different voters. Yet in poorly polarized systems, as
the higher number of parties does not translate into a richer array of options, increasing fragmentation
should depress voter turnout, by making it harder to collect information on the parties and putting the
same voter under cross pressures.
These expectations are tested through a survey experiment. The results support the main argument.
Fragmentation has a positive effect over likelihood of voting in highly polarized contexts, but a
negative one in lowly polarized contexts. The negative effect of fragmentation over likelihood of
voting when polarization is low is partly mediated by the cognitive costs of voting. In highly polarized
contexts, it is rather the intensity of preference for a party that partly mediates the relation, although
this mediation has a direction opposite to expected