Título
Responding to new policy demands: a comparative study of Portuguese and Dutch non-university higher education organizations
Autor
Hasanefendic, Sandra
Resumo
pt
Esta dissertação estuda as respostas de institutos politécnicos portugueses e holandeses (em
holandês designados como universidades de ciências aplicadas: hogescholen), instituições de
ensino superior não universitário focados essencialmente na formação profissional através de
abordagens de ensino prático com a colaboração de indústrias regionais/locais e comunidades,
a novas políticas públicas. Estas novas políticas públicas introduziram elementos novos nos
mandatos, modelos de governação e oferta formativa dos politécnicos, e têm vindo a alterar o
ambiente institucional em que eles operam. Uma alteração substancial foi a exigência de que
os politécnicos tivessem um mandato de investigação e de inovação dos serviços educativos e
formação, de forma a atender às necessidades do mercado de trabalho local, industrial e
comunitário. A introdução da vertente de investigação – ainda que em espírito diferente da
missão das universidades e que continua a visar uma separação institucional entre o ensino
superior universitário e politécnico – introduz uma nova dimensão com potencial para
transformar os politécnicos como organização.
Através de uma análise comparativa baseada em quadros conceptuais inscritos na nova teoria
institucional (New Institutional Theory), é demonstrado que os politécnicos, em ambos os
países, reagem de forma distinta às novas políticas públicas, desafiando assim as expectativas
de convergência e uniformidade dos sistemas de ensino superior Europeus. Estas respostas
distintas são resultado de experiências organizacionais e individuais de académicos destas
organizações no domínio do ensino superior nacional dos dois países, sendo de salientar o
argumento de que a ação organizacional e individual, em resposta às novas políticas publicas,
é definida no contexto de experiência do domínio do ensino superior envolvente. Esta é uma
contribuição inovadora no contexto dos estudos de ensino superior, uma vez que analisa
processos intra-organizacionais em resposta a uma nova política e considerando dinâmicas
encontradas no domínio de ensino superior, considerando ambos como interdependentes nas
respostas dadas pelos atores individuais e organizacionais a estas mesmas políticas.
Os resultados desta dissertação têm implicações significativas para políticas nacionais e
europeias de investigação e ensino superior. Estas sugerem que os governos deveriam
considerar a criação de politicas publicas para o sector politécnico de uma forma estruturada,
abrangente e integrada, envolvendo negociações que promovam a participação eresponsabilização das partes interessadas, por forma a tentar garantir estabilidade do sistema
de ensino superior. Com isto pretende-se não criar homogeneização, mas sim um quadro
institucional que permita respostas organizacionais num enquadramento de regras bem
definidas. Este quadro também pode funcionar como um garante que visa salvaguardar as
características próprias das organizações e a sua atuação em contextos nacionais e locais,
simultaneamente promovendo as tendências europeias colaborativas no setor do ensino
politécnico.
en
This dissertation studies the responses of Portuguese polytechnics and Dutch hogescholen to
new policy demands. These non-university higher education organizations focus on training
professionals through practical learning approaches in close collaboration with regional/local
industries and communities. In the past decade, such organizations have been undergoing
changes related to their governance and educational provisions. National governments
demanded them to focus on a research mandate and innovate educational provisions and
training to be more responsive to the needs of local labor markets, industries, and
communities.
Through a qualitative comparative analysis and utilizing several conceptual streams from the
new institutional theory, the dissertation shows that non-university higher education
organizations in the two countries are responding differently to the new policy
demands challenging the expectations of convergence and uniformity of higher education
systems in Europe. These different responses are a result of organizational and
individual experiences of the national higher education field, leading to the argument that
organizational and individual action in response to new policy demands is defined within the
context of the boundaries of the experienced higher education field. This is a novel
contribution to the scientific field of higher education adding to previous studies on either
intra-organizational processes in responses to new policy or field dynamics. The dissertation
focuses on explicating the interdependencies between the two in influencing specific policy
outcomes.
The results of this dissertation have significant implications for national and European policymaking initiatives. They suggest that policymakers should consider promoting coherent policy
frameworks organized in negotiation with national and local institutions with vested interest
in non-university education when designing a new policy demand, while promoting European
collaborative trends within the non-university higher education sector. At the same time, the
results contribute to specifying mechanism for the development of non-university higher
education while encouraging efforts to diversify higher education systems and research
activities.