Título
CEO dominance risk in the healthcare SOE: the case of Portugal
Autor
Mascarenhas, Raúl José Fonseca
Resumo
pt
O objetivo deste estudo é avaliar a existência de “risco de dominância do CEO” (PCA) no setor
público empresarial da saúde em Portugal.
A investigação científica sobre a Governança Corporativa relacionada com o setor público
empresarial não é abundante. Uma das razões deve-se a que normalmente existem poucas
empresas públicas por setor de atividade, frequentemente apenas uma (v.g. Correios, Caminhosde-ferro). Para estudar estas entidades em vários países, há que isolar os aspetos regulatórios,
legais, culturais e o ambiente de negócios em geral, que são peculiares a cada situação. No setor
da Saúde pelo contrário, cada país, tenha maiores ou menores preocupações sociais, possui
sempre um conjunto considerável de Hospitais públicos. Um dos impactes das teorias do New
Public Management que se espalharam em todo o mundo, foi o da transformação de alguns
destes Hospitais em estruturas empresariais, constituindo um setor público empresarial da
saúde. A gestão de um hospital tem sido considerada uma das mais complexas devido ao
confronto entre os valores e cultura dos profissionais clínicos e as duras realidades dos
resultados económicos ou das restrições de tesouraria. Neste ambiente os profissionais clínicos
poderão assumir papéis de gestores, tornando-se executivos híbridos que têm de balancear
solicitações conflituantes e não têm a autoridade formal típica das organizações reguladas por
comando e controlo.
Estudos anteriores demonstraram que a média dos resultados das empresas não era afetada
pela dominância do CEO – a possibilidade de exercer a sua vontade apesar de ou removendo
as opiniões contrárias. Contudo, esses estudos assinalaram que a dispersão dos valores era
maior quando em presença de dominância do CEO. Resultados excelentes ou muito fracos
ocorriam frequentemente. Como o setor público é dominado pelo equilíbrio entre o procedimento
e o resultado, existe uma tendência para evitar riscos, donde podemos considerar que no setor
público dominância do CEO é um risco.
Este estudo foi baseado em modelos e questionários anteriormente utilizados por investigadores
internacionais, mas adaptados às condições do setor público e restrições legais em Portugal
durante o período de análise (2011-2015). Um modelo prático de índice de poder foi desenvolvido
e os resultados demonstram que em alguns hospitais existe o risco de dominância do CEO, mas
também evidenciaram situações de falta de poder dos mesmos. Em relação às motivações dos
Médicos para exercerem o cargo de CEO e como são avaliados pelos seus pares, este estudo
confirmou os cinco grupos esperados, realçando que os mais seniores têm o apoio dos seus
pares e que os mais jovens são percecionados como não tendo a necessária competência
en
The aim of this research is to evaluate the “CEO dominance risk” in the Healthcare sector in
Portugal among the institutions belonging to the state – the state-owned enterprises (SOEs).
There is no abundant research on Corporate Governance (CG) related to SOEs. One of the
reasons is that usually there are very few SOEs by industry, sometimes even just one (v.g. PostOffice, Railroad). To study these entities between several countries, one has to isolate the
regulatory, legal, cultural and general business environment factors that are peculiar to each
situation. In the Healthcare sector, each country despite being more or less social concerned, will
always have a considerable number of public Hospitals. Due to the impact of New Public
Management theories that spread all over the world, some of the public Hospitals transformed
into corporation form, constituting SOEs. Hospital management has been considered a very
complex one due to the clashes between professional values and culture and the hard realities of
economic performance and cash constraints. In this environment, clinical professionals may
become managers thus constituting a hybrid executive balancing these conflicting demands and
not having the formal authority of a typical command and control organization.
Previous researchers found that the average performance of firms is not affected by CEO
dominance – the possibility to exercise their will despite or removing dissenting. However, they
noted that the range of performance was wider when CEO dominance was present. Excellent and
poor results would occur more often. In the public sector dominated by the balance of procedures
and outcomes, there is a tendency to risk avoidance, thus considering CEO dominance a risk.
This research was based in previous models and questionnaires, but adapted to the particular
conditions of SOEs and legal framework in Portugal during the analysis period (2011-2015). A
practical power index model was developed, and the results demonstrated that some Hospital
CEO´s may have a dominant position but also exposes some underpowered situations.
Regarding the motivation for Physicians to become CEOs and how they are perceived by their
peers, the research confirmed the five groups expected and highlighted that on one side the most
senior professionals are supported by their peers, and the younger ones are regarded as not
having the required expertise.