Título
Antropologia e gestão do conhecimento: a etnografia como ferramenta de captura e partilha de conhecimento numa empresa de consultoria
Autor
Dias, Pedro Daniel de Castro
Resumo
pt
A etnografia provou-se um método testado não só pelo tempo mas também pelos
diversos locus em que marcou a sua presença. Na Gestão do Conhecimento, apesar da
referência constante em estudos como um método possível de utilizar (Kane, Ragsdell, &
Oppenheim, 2005; McInerney & Day, 2007; Tian, Wang, & Dai, 2013), pouco se fez para
perceber a ligação deste método com modelos já existentes. Este estudo tem como objetivo
perceber as condições de Gestão de Conhecimento de uma organização de consultoria e se
as condições que apresenta através dos seus colaboradores se coadunam com as técnicas
da etnografia para a partilha e recolha de conhecimento. Estarão os trabalhadores com
competências altamente técnicas num contexto em que o seu conhecimento é o maior bem
que possuem dispostos a partilhá-lo? A organização suporta e encoraja essa partilha? O
estudo realizado aponta para uma vontade e disponibilidade dos colaboradores em
partilhar conhecimento com outros membros através do processo de Socialização do
modelo SECI (Nonaka, 1994) e a organização aparenta possuir metodologias em curso que
suportam esta preferência dos colaboradores. Urge a necessidade de em trabalhos futuros
verificar como se comportará a etnografia como método para iniciar o processo de partilha
de conhecimento até estar integrado como algo natural na organização.
en
Ethnography has proven to be a method tested not only by time but also by the locus
it has encountered. In Knowledge Management (KM), although there are constant
references in previous studies as a possible method to use (Kane et al., 2005) not much has
been done to understand the connection between this method and the KM models that
already exist. This paper aims to understand the conditions for KM practices in a
consultancy organization (everis Portugal) and if those conditions, as seen by their work
force, can be combined with the techniques applied in ethnography for the sharing and
gathering of knowledge. To do this it was important to know if the staff, who are mostly
highly qualified, are available to share their knowledge when their knowledge is their
greatest asset. It is also important to acknowledge if the organization itself encourages that
sharing and supports it through incentives or recognition. The results of this study have
shown a willingness from the employees to share knowledge with other members through
the process of Socialization of the SECI model (Nonaka, 1994) and the organization appears
to have in course the methods that support the preference showed by them. It is necessary
however to research in the future how will ethnography adapt in this environment as a
method to initiate the process of sharing knowledge until this is fully integrated as
something normal in the organization.