Título
A cooperação entre a União Europeia e a União Africana no domínio da segurança: análise das missões AFISMA e MISCA
Autor
Graça, Tatiana da Costa
Resumo
pt
Os conflitos em África nunca foram alheios à Europa, por isso, o desenvolvimento da boa
cooperação entre a União Europeia (UE) e a União Africana (UA) nesse domínio constitui
um passo importante na relação mantida entre estas duas entidades. Aqui, ambas assumem
que é na diminuição ou mesmo na abolição dos conflitos que assentam as bases
necessárias para o sólido desenvolvimento desta parceria, uma vez que é mais do que
reconhecido que uma África sem conflitos gera, porventura, alguma tranquilidade à Europa.
Tendo isto em conta, penso que este estudo poderá ser relevante na medida em que
assenta precisamente na cooperação criada pelas duas uniões no âmbito da defesa e
segurança, com o propósito de colmatar as fragilidades relacionadas com o tema
segurança, que apesar de predominar em África, pode igualmente afetar a Europa. Assim,
tentou-se perceber, através da análise de documentos oficiais, a forma como a UE se
comporta enquanto ator de segurança, sobretudo tendo a UA como parceiro, tendo-se
verificado alguma predominância de construções ideológicas que a colocam numa
hierarquia de supremacia face à sua homóloga. A tomada de posição por parte da UE
poderá não só evidenciar as aspirações que a instituição tem a nível da política externa, e
aqui fala-se essencialmente da projeção da Actorness, enquanto do lado da UA permitirá,
eventualmente, a consciência da necessidade de desenvolver mecanismos de atuação cada
vez mais eficazes, de forma colmatar os défices ainda existentes a nível de segurança e
defesa.
en
The conflicts in Africa were never alien to Europe, and as a result, the development of a
healthy cooperation between the European Union EU) and the African Union (AU) in this
regard constitutes an important step in the relation maintained between the two entities.
Here, both assume that the reduction or even the abolition of the conflicts is the basis
necessary for a solid development of this partnership, as it is well established that an Africa
without conflicts begets a more tranquil Europe. With this as a foundation, I believe that this
study can be relevant precisely for the cooperation created by the two unions in the scope of
defense and safety, with the purpose to rectify the fragilities related to security, that even
though predominate in Africa, can by equal measure affect Europe. Here, I have tried to
understand, through analysis of official documents, the way the EU conducts itself as an
actor of security, especially with the AU as a partner, while trying to verify any predominance
of ideological constructions which puts it in a hierarchy of supremacy with its counterpart.
The position taken by the EU will not only show the aspirations that the institution has at the
level of external policy, and here one speaks essentially in the projection of a Atorness, while
on the side of the AU it will permit, eventually, the consciousness of necessity to developII
more and more efficient mechanisms for acting, to be able to rectify the deficiencies still
existing at the level of security and defense.