Esta investigação, de carácter qualitativo, pretendeu analisar as justificações espontâneas das crianças em idade pré-escolar no contexto de tarefas de nomeação/avaliação sociométrica, no sentido de compreender os fatores subjacentes às suas escolhas. Participaram neste estudo 149 crianças em idade pré-escolar da Região de Lisboa. Segundo os resultados obtidos, através de uma análise de conteúdo, os meninos forneceram mais justificações para as suas nomeações/avaliações sociométricas do que as meninas e, de uma maneira geral, registaram-se mais justificações para as nomeações/avaliações negativas. Os dados obtidos revelam que o principal fator, verbalizado pelas crianças, para as nomeações/avaliações positivas foi a Experiência de aceitação. No que diz respeito às nomeações/avaliações negativas, as categorias mais frequentes foram a Experiência de rejeição e o Comportamento antissocial. Não se apurou uma relação entre o sexo da criança que faz a nomeação/avaliação e as categorias que emergiram das justificações espontâneas. Constatou-se uma relação significativa entre a categoria Ausência de brincadeira e a idade da criança que faz a nomeação/avaliação. As justificações fornecidas pelas crianças não variaram em função do estatuto de incapacidade da criança. Estes resultados permitem identificar características e comportamentos passíveis de aumentar a probabilidade de rejeição social, podendo apoiar o desenvolvimento de estratégias de prevenção.

This qualitative study aimed to analyze the spontaneous justifications of preschool-aged children during sociometric nomination/rating tasks in order to understand the factors underlying their choices. Participated in this study 149 preschool-aged children from the Lisbon region. According to the results obtained through content analysis, boys provided more justifications for their sociometric nominations/ratings than girls and there were more justifications for negative nominations/ratings. The main factor verbalized by children for justifying positive nominations/ratings was Acceptance Experience while the main categories for justifying negative nominations/ratings were Rejection Experience and Antisocial Behavior. Also, in this study, there was no relation between the sex of the child making the nominations/ratings the categories that emerged from the spontaneous justifications. On the other hand, there was a significant relation between Absence of Play and the age of the child making the nomination/rating. The justifications provided by children did not vary according as a function of the disability status of the target children. These results allow the identification of caractheristics and behaviors which increase the odds of social rejection, supporting the development of prevention strategies.