A presente dissertação incide sobre a temática dos "Percursos de Vida dos jovens Institucionalizados na Infância", tendo como objetivo geral sistematizar as perceções na perspetiva interdisciplinar dos profissionais, sobre o processo de autonomia do jovem institucionalizado e interpretar os significados que o jovem atribui ao seu processo de autonomização social. A análise foi desenvolvida à luz de um quadro teórico de forma a dar sustentação científica e teórica, correlacionar e abordar conceitos, no âmbito da Promoção e Proteção da Criança, do acolhimento residencial, e sobre o processo de autonomização e prática do assistente social e de outros profissionais, que promovem a autonomização dos jovens e a exercitação da sua cidadania plena. Utilizámos uma metodologia de investigação, de natureza qualitativa e aplicámos como técnicas de recolha de dados a análise documental, a entrevista semi-estruturada aos jovens desinstitucionalizados que passaram por um processo de autonomização, e aos técnicos que acompanharam estes processos. Foi desenvolvida uma análise de conteúdos, correlacionando os conteúdos teóricos e empíricos, de modo a sistematizar o conhecimento do objeto de estudo em função dos objetivos de estudo. Concluímos com a sistematização de conhecimentos teóricos, procedimentos metodológicos, que sustentam a prática profissional. Os jovens atribuem como significativo no seu processo de autonomização, a sua situação profissional e sociofamiliar, as competências adquiridas, habilidades sociais e valores como maturidade e responsabilidade, que adquiriram ao longo deste processo, face à importância que atribuem na vida atual. Por outro lado, os profissionais, tendo em conta a sua perspetiva interdisciplinar e saber científico, atribuem como significativo, a prática de uma intervenção interpluridisciplinar através de um processo multidimensional de grande complexidade, realçando o impacto na estabilidade comportamental e emocional, assim como os valores de responsabilidade e maturidade, fomentando a participação ativa dos sujeitos de ação no seu processo de autonomia.

This dissertation focuses on the theme of the "Life Paths of young people Institutionalized in Childhood", with the general aim of systematizing perceptions in the interdisciplinary perspective of professionals about the process of autonomy of the institutionalized youth and interpreting the meanings that the young person attributes to his process of social empowerment. We develop the analysis in the light of a theoretical framework in order to give scientific and theoretical support, to correlate and to approach concepts, in the scope of the Promotion and Protection of the Child, of the residential reception, and on the process of autonomization and practice of the social worker and others professionals who promote the autonomy of young people and the exercise of their full citizenship. We used a research methodology of a qualitative nature and applied as data collection techniques the documentary analysis, the semi-structured interview to the deinstitutionalized youngsters, who underwent a process of autonomization and the technicians who accompany these processes. A content analysis was developed, correlating the theoretical and empirical contents, in order to systematize the knowledge of the object of study and in function of the study objectives. We conclude with the systematization of theoretical knowledge, methodological procedures that support professional practice. Young people attribute their acquired competences, social skills and values such as maturity and responsibility to their autonomy process, as a result of their professional and socio-family situation, which they acquired throughout life. On the other hand, professionals, taking into account their interdisciplinary perspective, attribute their perceptions, taking into account their scientific knowledge, how they view this process, emphasizing the practice of an interdisciplinary intervention and the importance of multidimensional and great complexity, highlighting the impact on behavioral and emotional stability, as well as the values of responsibility and maturity for action subjects to participate actively in their autonomy process.