Título
Expectativas de bem-estar emocional face à reforma e momento de transição
Autor
Simões, Telma Filipa Ventura
Resumo
pt
Para a população portuguesa, o trabalho ocupa grande parte da sua vida assumindo um
papel nuclear, central e vital. Desta forma e dadas as consequências que a ocorrência da
reforma traz ao dia-a-dia de cada um, esta investigação visa estudar de que forma fatores
como o arrependimento, flow no trabalho, legimitimidade e frequência da discriminação pela
idade influenciam o bem-estar emocional nesta fase de transição, bem como na adaptação à
reforma. Assim, a amostra foi constituida por 134 trabalhadores mais velhos entre os 40 e os
69 anos.
Os resultados obtidos mostram que quanto mais flow, prazer e motivação intrínseca, os
inquiridos sentem no seu local de trabalho, menos positivas são as suas emoções face à fase
de transição para a reforma.
Para além disso, quando introduzida a moderadora: proximidade à reforma, apenas a
relação entre a frequência da discriminação com o mal-estar face à fase de transição, mostrou
um efeito de interação significativo e positivo. Deste modo, quanto mais discriminação é
percecionada pelos individuos devido à sua idade, mais mal-estar emocional os sujeitos
perspetivam para a fase de transição. Esta relação intensifica-se quanto mais próximo da
reforma se está. Também quanto ao momento da reforma propriamente dita, se verificou esta
relação positiva e significativa.
Por fim, os participantes revelam ter emoções menos positivas face à reforma quando
sentem arrependimento ao longo da sua vida.
Estes resultados são discutidos à luz dos modelos de preparação para a reforma e idadismo
e implicações para as políticas sociais nestes domínios.
en
Amongst Portuguese population, work takes up a large part of their lives, assuming a
central, nuclear and vital relevance role. Moreover, given the consequences retirement brings
to each one’s daily life, this investigation aims to study how factors such as regret, labour
flow, age discrimination legitimacy and frequence influence the emotional well being at this
transition stage, as well as in retirement adaptation. Thus, the sample consists of 134 older
workers with ages between 40 and 69.
Results show that the higher the flow, pleasure and self motivation are, less positive are
emotions regarding the transition stage towards retirement.
Furthermore, when introduciong the moderator variable: retirement proximity, only the
relation between age discrimination frequency with negative feelings towards the transition
stage reveled a significant and positive interaction effect. Thus, when individuals feel more
discrimination regarding their age, more emotional negativity they perceive in their transition
stage towards retirement. In fact, the closer the individuals are to retirement higher is this
relation.
Finally, participants revealed having less positive emotions towards retirement when they
feel regret throughtout their lives or life experiences.
These results are discussed in light of retirement preparation and ageism models, as well
as social policies implications in these domains.