Título
Coping social e adaptação à doença oncológica em doentes açorianos deslocados
Autor
Costa, Rita Bastos Rego
Resumo
pt
O suporte social desempenha um papel fundamental para lidar com as exigências do cancro, melhorando o processo adaptativo e o bem-estar dos doentes.
Certas situações clínicas desta doença exigem a realização de radioterapia. Contudo, esta terapia ainda não é garantida nos Açores, conduzindo à necessidade de deslocação territorial do doente para este efeito, colocando-o longe da sua rede de suporte. Deste modo, o presente estudo pretende explorar o efeito da deslocação na relação entre a adaptação à doença oncológica e o bem-estar e a satisfação com o suporte social e o coping social. Para tal, recorreu-se a dois grupos de doentes açorianos, deslocados e não-deslocados para analisar estas associações.
Os resultados do estudo para o conjunto da amostra confirmam a estreita relação entre a satisfação com o suporte social e a adaptação positiva à doença e mostram que utilização de estratégias ativas pro-sociais beneficia algumas estratégias mais adaptativas com a doença, manifestando-se através das perceções de bem-estar. Ao contrário do que esperávamos, não foram encontradas diferenças entre os grupos para a relação entre a satisfação com o suporte social nem para as perceções de bem-estar, estando ambos os grupos satisfeitos com o apoio recebido. No entanto, observou-se que os doentes deslocados utilizam mais estratégias de fatalismo e espírito de luta e menos estratégias de desânimo. Os resultados também mostram diferentes associações entre a satisfação com o suporte social e o coping social e o bem-estar e a adaptação à doença oncológica, para os dois grupos de participantes.
en
The social support plays a key role in dealing with the requirements of cancer, improving the adaptive process and the well-being of patients.
Certain clinical situations of this disease require radiotherapy. However, this therapy is not yet guaranteed in the Azores, leading to the need for displacement of the patient for this effect, placing it away from its support network. Thus, this study aims to explore the effect of displacement on the relationship between adaptation to cancer and well-being and satisfaction with social support and social coping. To this end, we used two groups of azoreans patients displaced and non-displaced to examine these associations.
The study results for the whole sample confirms the close relationship between satisfaction with social support and positive adaptation to cancer and show that use of pro-active social strategies benefits some strategies more adaptive to deal with the disease, manifesting itself through the perceptions of wellness. Unlike of what we expected, no differences were found between groups for the relationship between satisfaction with social support, neither for the perceptions of well-being, and both groups were satisfied with the received support. However, it was observed that displaced patients use more strategies of fatalism and fighting spirit and less discouragement strategies. The results also show different associations between satisfaction with social support, proactive coping, well-being and adaptation to cancer, for both groups of participants.