Título
Maria de Lourdes Pintasilgo na Unesco: 1975-1981
Autor
Santos, Raquel Valente dos
Resumo
pt
A 1 de Março de 1965, Portugal aderiu à Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), criada em novembro de 1946. A permanência portuguesa na
organização foi sempre marcada pela relação hostil que Portugal manteve com a Organização
das Nações Unidas (ONU), devido à intransigência portuguesa em prosseguir com a sua política
colonial. Após sucessivas condenações, Portugal decidiu abandonar, em 1972, o seu estatuto de
membro da organização, justificando a sua decisão com o apoio da UNESCO aos movimentos
independentistas.
Com a implantação da democracia em Portugal, consequência da Revolução de 25 de
Abril de 1974, procurou-se estabelecer ligações diplomáticas com a comunidade internacional.
Logo em setembro de 1974, ocorreu o reingresso português na UNESCO sendo nomeada
Embaixadora, em julho de 1975, Maria de Lourdes Pintasilgo.
Com a presente dissertação pretende-se compreender a reinserção internacional e a
redefinição da política externa portuguesa no período democrático; analisar em que medida a
ONU e suas agências especializadas foram uma prioridade para Portugal após o 25 de abril de
1974; investigar o processo decisório que levou ao pedido de reentrada na UNESCO e quais as
razões da escolha de Maria de Lourdes Pintasilgo; e por fim, identificar as áreas de atuação da
Delegação Portuguesa, a sua relação com as restantes delegações e o seu contributo para a
reinserção de Portugal em organismos internacionais no período democrático.
en
On March 1st, 1965, Portugal joined the United Nations Educational Scientific and Cultural
Organization (UNESCO) created in November 1946. The hostility between Portugal and the
United Nations (UN), a result of the Portuguese intransigence to maintain a colonial policy, has
always influenced the Portuguese presence in the organization. In 1972, after several condemnations, Portugal decided to drop out from its status as a member of UNESCO, vindicating that
the organization was a supporter of the independence movements.
After the Revolution of April 25th, 1974 and the subsequent proclamation of the democracy in the country, Portugal tried to re-establish diplomatic relations with the international
community. In September of the same year, Portugal re-joined UNESCO and, in July 1975,
Maria de Lourdes Pintasilgo was appointed ambassador of the organization.
This essay intends to understand the international reinsertion and the redefinition of the
Portuguese foreign policy during the democratic period; to analyse how the UN and its Specialized Agencies were Portugal’s priority after the Revolution of April 25th 1974; to investigate
the decision-making process that lead to the request to re-join UNESCO and the reasons behind
Maria de Lourdes Pintasilgo’s decision; and, lastly, to identify the areas covered by the Portuguese delegation, its relation with the other delegations and what contribute it had to reinsert
the country in international organisms during the democratic period.