A Revolução Industrial - processo de transição de produção artesanal para produção em máquinas - foi um período de grandes mudanças e desenvolvimento global que desencadeou uma série de novas rotinas, pensamentos e necessidades, nomeadamente espaciais capazes de albergar todo o produto desta revolução. Muitos foram os edifícios construídos em massa para uma resposta rápida e adequada, que acompanhasse o desenvolvimento e crescimento da produção, nesta altura. Estes edifícios, uns com mais importância do que outros, além de marcarem uma época, marcaram gerações e culturas, famílias e comunidades, por serem espaços que definiam as suas rotinas, vivências, identidade e evolução. A partir da década de setenta, após o auge de funcionamento destas estruturas, o rápido desenvolvimento tecnológico e industrial levou à transferência das instalações das indústrias para estruturas com maior abrangência espacial tendo como consequência o encerramento das instalações fabris da época anterior. Estas estruturas encerradas das suas funções, caem no desprezo e abandono e geram cenários de risco atraentes a diversas problemáticas sociais e ambientais, resultando na desvalorização gradual do território. A reabilitação e refuncionalização surge nestas estruturas como ações regenerativas do próprio edifício e de todos os seus arredores possibilitando a reconversão dos cenários de risco através de novas dinâmicas que revitalizem os espaços. Deste modo, o presente trabalho apresenta uma abordagem a uma problemática da atual realidade de abandono deste tipo de estruturas, numa tentativa de evidenciar as potencialidades que estes edifícios comportam, fundamentando estas evidências na análise de três casos práticos – o Lx Work Hub (Lisboa), A Guesthouse OPO’attics (Porto), a Casa da Arquitetura (Matosinhos). Toda a investigação pretende complementar noções da prática projetual neste tipo de estruturas aplicadas também na vertente prática deste trabalho e realçar a importância que a reabilitação destes espaços tem na comunidade e na cidade.

The Industrial Revolution - a process of transition from artisanal production to machine production - was a period of great change and global development that unleashed a series of new routines, thoughts and needs, notably space capable of accommodating the whole product of this revolution. Many were mass-built buildings for a quick and adequate response that accompanied the development and growth of production at this time. These buildings, some more connotated than others, besides marking an era, marked generations and cultures, families and communities, being spaces that defined their routines, experiences, identity and evolution. Since the 1970s, after the boom in the operation of these structures, the rapid technological and industrial development led to the transfer of the facilities of the industries to structures with more space coverage, resulting in the closure of the factory facilities of the previous era. These closed structures’ functions fall into contempt and abandonment and generate risky scenarios that are the catalyst to various social and environmental problems resulting in the gradual devaluation of the territory. Rehabilitation and refunctionalization emerges in these structures as regenerative actions of the building itself and of all its surroundings, allowing the reconversion of risk scenarios through new dynamics that revitalize spaces. In this way, the present work presents an approach to a problematic of the current reality of abandonment of this type of structures in an attempt to highlight the potentialities of these buildings, basing these evidences in the analysis of three practical cases studies - Lx Work Hub (Lisbon), Guesthouse OPO'attics (Porto), Casa da Arquitectura (Matosinhos). All the research intends to complement notions of the design practice in this type of structures, applied also in the practical aspect of this work, and to emphasize the importance that the rehabilitation of these spaces has in the community and in the city.