Título
Processos de resiliência e género: narrativas auto-biográficas de mulheres no contexto de migrações forçadas em Portugal
Autor
Lemos, Laíla Albuquerque
Resumo
pt
O presente estudo foi feito na abordagem qualitativa e endereçado às questões referentes à
melhor compreensão de como se dão os processos de resiliência de mulheres migrantes
forçadas em Portugal. Buscou-se, a partir do entendimento deste fenómeno construído
socialmente, descobrir quais seriam as adversidades e recursos utilizados pelas participantes
para significarem os seus próprios processos de resiliência. Além do mais, também foi parte
de nossa investigação, acessar quais seriam os significados de recursos e adversidades
associadas à especificidades sobre o seu gênero. Para isso, foi utilizado o instrumento de
relatos auto-biográficos para as mulheres discorrerem sobre assuntos referentes aos seus
processos de migração, resiliência e gênero. Utilizou-se a análise de conteúdo para melhor
compreender estes relatos de biografia. Desta forma, os resultados sugeriram que às áreas
mais ligadas às adversidades, foram: trabalho, religião, política, violência e questões
financeiras, situação jurídica, habitação, saúde e educação. Nos campos mais significados por
recursos, estavam: trabalho, política, família, segurança, saúde, finanças, religião, integração e
suporte institucional. Em relação às questões de género, as adversidades ligadas mais
especificamente a este fator, foram aspetos da ausência de suporte social, à relação com o
masculino e dificuldades com a maternidade. Contudo, entre os recursos ligados ao feminino,
estavam o suporte entre mulheres, familiares, transgeracionais e a importância da figura
materna. Às questões financeiras e de trabalho, foram os únicos campos representados tanto
no país de origem, como no de acolhimento, o primeiro ligado às adversidades e o segundo
com aos recursos, respetivamente.
en
This is a qualitative research that addresses the questions regarding how the processes of
resilience in forced migrant women occur and can be understood in Portugal. This study
aimed to perceive in a social constructive way, which adversities and resources can be used by
the participants to signify their own processes of resilience. In addition, it was also part of our
investigation, to access what the meanings of resources and adversities associated with the
specificities about their gender. For this, the instrument of self-biographical interviews was
used on these women to discuss issues related to their migration, resilience and gender
processes. Content analysis was used to better comprehend these biographical speeches.
Furthermore, the results suggested that the areas most related to adversities were: work,
religion, politics, violence, financial issues, legal situation, housing, health and education.
Resources were related to: work, politics, family, security, health, finance, religion,
integration and institutional support. Regarding gender issues, the adversities were related
more to the aspects of social support, relationship with the males and difficulties with
motherhood. However, among the resources related to the feminine, were the support between
women, family and transgenerational holder and the importance of the maternal figure.
Financial and labor issues were the only fields represented both in the home country and in
the host country, the first one linked to adversity and the second one with resources,
respectively.