Título
O foco regulatório em prevenção e as atitudes positivas em relação ao uso de preservativos
Autor
Vieira, Lucia Helena Rangel
Resumo
pt
A infecção pelo HIV e o prognóstico da SIDA continua sendo uma preocupação
mundial. Na tentativa de prevenir o surgimento de novos casos, além de cuidados
diretos de saúde, programas de prevenção, educação sexual, etc., é importante entender
as motivações, a predisposição comportamental e as atitudes do indivíduo,
principalmente aquelas relacionados à prevenção e a sexualidade. Segundo a Teoria do
Foco Regulatório (TFR, Higgins et al., 2001) as pessoas são motivadas a comportaremse de maneiras diferentes conforme o resultado pretendido, segundo uma autorregulação
individual com mecanismos distintos: o foco em prevenção: orientado para evitar
resultados negativos e o foco em promoção: orientado para alcançar resultados
positivos. As atitudes dos indivíduos diante de um objeto referem-se a uma avaliação
(positiva ou negativa). As atitudes não são observáveis, mas podem ser inferidas a partir
dos comportamentos. Os comportamentos, por sua vez, são disposicionais e passíveis de
controle pelo indivíduo (apresentação dos desejáveis e inibição dos indesejáveis).
Realizamos um estudo transversal, com 263 participantes portugueses, média de idades
24,80 anos (DP = 4,50), para testar uma hipótese de que indivíduos motivados para a
prevenção tenham atitudes mais positivas com relação aos preservativos (nas
dimensões: confiança, prazer, estigma de identidade, embaraço no uso, na compra e na
soma destas dimensões). Sendo esta associação mediada pela restrição do seu
comportamento sexual, devido a importância do autocontrole para a exibição do
comportamento desejável. Verificamos que a restrição do comportamento sexual
medeia a associação entre o foco em prevenção e o embaraço na negociação e uso de
preservativos (H5). As outras hipóteses não foram confirmadas. A restrição do
comportamento sexual associa-se significativamente nas dimensões estudadas das
atitudes, exceto em relação ao embaraço na compra de preservativos.
en
HIV infection and the prognosis of AIDS remains a worldwide concern. In an attempt to
prevent the emergence of new cases, in addition to direct health care, prevention
programs, sex education, etc., it is important to understand the motivations, behavioral
predisposition and attitudes of the individual, especially those related to prevention and
sexuality. According to the Regulatory Focus Theory (TFR, Higgins et al., 2001),
people are motivated to behave in different ways according to the desired result,
according to an individual self-regulation with distinct mechanisms: focus on
prevention: oriented to avoid negative results and the focus on promotion: oriented to
achieve positive results. The attitudes of the individuals before an object is an
evaluation (positive or negative). Attitudes are not observable, but can be inferred from
behaviors. Behaviors, in this turn, are dispositional and controllable by the individual
(presentation of the desirable and inhibition of the undesirable ones). We carried out a
cross-sectional study with 263 Portuguese, mean age 24,80 years (SD = 4,50), to test a
hypothesis that individuals motivated for prevention have more positive attitudes
towards condoms (in the dimensions: confidence, pleasure, stigma of identity,
embarrassment in the use, purchase and sum of these dimensions). This association is
mediated by the sexual restraint, due to the importance of the self-control to the
desirable behavior. We found that the restriction of sexual behavior mediates the
association between the prevention focus and the embarrassment in the negotiation and
use of condoms (H5). The other hypotheses were not confirmed. The restriction of
sexual behavior is significantly associated with the studied dimensions of attitudes,
except in relation to the embarrassment in the purchase of condoms.