Título
Ajustamento mental e constrangimentos sociais em sobreviventes de cancro da mama: impacto da partilha social das emoções e dos constrangimentos sociais no ajustamento mental em sobreviventes de cancro de mama
Autor
Branco, Ana Isabel Ribeiro
Resumo
pt
O cancro da mama é mundialmente a neoplasia mais comum nas mulheres (International
Agency for Research on Cancer, 2018). Quer o diagnóstico, quer o tratamento têm impacto
negativo a nível físico, psicológico e social (Prue, Rankin, Allen, Gracey & Cramp, 2006).
Geralmente, após esse impacto negativo, as pessoas sentem a necessidade de partilhar as suas
emoções e pensamentos com aqueles que as rodeiam (Marroquín, Czamanski-Cohen, Weihs &
Stanton, 2016). No entanto, as caraterísticas do ambiente social podem influenciar a forma
como irá ser feita a partilha, podendo inibir a forma como as pessoas falam, pensam e se sentem
em relação à doença, o que consequentemente irá afetar negativamente o ajustamento ao cancro
(Lepore & Revenson, 2007). O presente estudo pretende compreender em que medida é que os
constrangimentos sociais podem impedir que a partilha social de emoções funcione como um
fator de ajustamento mental ao cancro da mama. Neste estudo participaram 79 mulheres adultas,
sobreviventes ao cancro da mama há pelo menos dois anos. Foram utilizados os seguintes
instrumentos: Indicadores da partilha social das emoções, escala de constrangimentos sociais e
escala de ajustamento mental ao cancro. Verificou-se que as mulheres que relataram maiores
constrangimentos sociais, apresentaram um menor ajustamento mental ao cancro. Porém,
mediante a presença de constrangimentos sociais baixos, a partilha social não mostrou estar
associada diretamente a um maior ajustamento mental ao cancro em alg
en
Breast cancer is the most common neoplasm in women worldwide (International Agency for
Research on Cancer, 2018). Both the diagnosis and the treatment have a negative physical,
psychological and social impact (Prue, Rankin, Allen, Gracey & Cramp, 2006). Generally, after
this negative impact, people feel the need to share their emotions and thoughts with those
around them (Marroquín, Czamanski-Cohen, Weihs & Stanton, 2016). However, the
characteristics of the social environment can influence the way that sharing will be made and
may inhibit the way people talk, think and feel about the disease, which will negatively affect
the adjustment to cancer (Lepore & Revenson, 2007). The present study aims to evaluate how
the social constraints may prevent social sharing of emotions from functioning as a mental
adjustment factor for breast cancer. This study involved 79 adult women who had survived
breast cancer at least two years ago. The following instruments were used: Indicators of social
sharing of emotions, scale of social constraints and scale of mental adjustment to cancer. It was
found that women who reported greater social constraints presented a lower mental adjustment
to cancer. However, through the presence of low social constraints, social sharing is not directly
associated with a greater mental adjustment to cancer in some dimensions.