Esta pesquisa apresenta a validação de uma versão francesa da escala Overwork Climate Scale (OWCS) de Mazzetti, Schaufeli, Guglielmi e Depolo - 2016, que consiste em duas subescalas específicas, ou seja, incitamento do excesso de trabalho e falta de recompensas pelo excesso de trabalho. Depois de passar por um processo de tradução e retradução, o questionário foi avaliado por um comitê bilíngüe e bicultural e testado num teste-piloto com cinco trabalhadores. A versão final do questionário foi respondida por 198 voluntários. A avaliação da estrutura da versão francesa do OWCS foi realizada através da análise fatorial exploratória e confirmatória, enquanto sua fiabilidade foi estimada pelo cálculo do α de Cronbach. Ao contrário do que era esperado, os resultados da Análise Fatorial Confirmatória mostraram que um modelo de um fator (ou seja, incitamento do excesso de trabalho, 6 itens) representa adequadamente os dados e tem um ajuste substancialmente melhor do que o modelo de dois fatores proposto na literatura. A segunda parte deste estudo usou a Análise de Correlação e Regressão Hierárquica para investigar a relação entre o clima de excesso de trabalho e duas formas diferentes de trabalho árduo, ou seja, work engagement e workaholism. Não foi encontrada uma associação significativa entre o clima de excesso de trabalho e o work engagement. Por outro lado, foi encontrada uma associação positiva entre workaholism e o clima de excesso de trabalho. Este último permaneceu significativo mesmo depois de se controlar as exigências do trabalho psicológico. Este estudo representa uma das primeiras tentativas de investigar no contexto francês o impacto de um ambiente de trabalho que promove o excesso de trabalho e as suas conseqüências em termos de incentivo ao trabalho e menor engagement no trabalho.

This research presents the validation of a French version of Mazzetti, Schaufeli, Guglielmi and Depolo’s Overwork Climate Scale (OWCS) – 2016, which consists of two specific subscales, namely overwork endorsement and lacking overwork rewards. After undergoing a process of translation and back-translation, the questionnaire was evaluated by a bilingual and bicultural committee and tested with a pilot trial on five employees. The final version of the survey was answered by 198 volunteers. Exploratory and Confirmatory Factor Analysis were used to evaluate the structure of the French version of the OWCS, while its reliability was estimated by computing Cronbach’s α. Differently from our expectations, results from the Confirmatory Factor Analysis showed that a one-factor model (i.e. overwork endorsement, 6 items) adequately represents the data and has a substantially better fit than the two-factor model proposed in the literature. The second part of this study used Correlation and Hierarchical Regression Analysis to investigate the relationship between overwork climate and two different forms of working hard, namely work engagement and workaholism. No significant association could be evidenced between overwork climate and work engagement. Conversely, workaholism and overwork climate showed a positive association, which remained significant even after controlling for psychological job demands. This study represents one of the first attempts to investigate in the French context the impact of a work environment which promotes overwork, and its consequences in terms of fostered workaholism and lowered work engagement.