Título
Normativ'idade: aceitação social e pessoal do idadismo flagrante e subtil na sociedade portuguesa
Autor
Abrantes, Lídia Sofia Silvestre
Resumo
pt
O idadismo é uma das principais tipologias de preconceito, que pode assumir formas flagrantes ou subtis, existindo inconsistências na literatura, acerca da sua normatividade social. Atualmente, parece existir uma norma social que inibe as expressões flagrantes de preconceito e que deu origem às suas expressões mais subtis, contudo, tal efeito nunca foi aprofundado em relação ao idadismo. O presente estudo teve por objetivos aferir a existência de normas idadistas, dirigidas às pessoas idosas, na sociedade portuguesa, em termos flagrantes e subtis, e de que modo estas variáveis condicionavam a aceitação pessoal do idadismo. Acrescido, analisou-se o potencial impacto que as motivações pessoais para responder sem preconceito, poderiam ter na aceitação de discursos idadistas. Assim, participaram neste estudo 170 indivíduos, entre os 18 e os 58 anos, aleatoriamente distribuídos por três condições experimentais: idadismo flagrante, subtil, ou ausência de idadismo. Os resultados comprovaram que o idadismo subtil é mais pessoalmente aceite que o flagrante e que as duas tipologias são percebidas como igualmente pouco adequadas na nossa sociedade, embora o flagrante seja entendido como mais comum que o subtil. Adicionalmente, verificou-se que a norma prescritiva se relaciona positivamente com a aceitação pessoal do idadismo flagrante e subtil, mas que o efeito da norma descritiva nas mesmas variáveis não é suficientemente expressivo. As motivações interna e externa não moderaram a relação entre as normas sociais e a aceitação pessoal do idadismo.
en
Ageism is one of the main forms of prejudice, that can take on blatant or subtle forms, and on which there are inconsistencies in the literature about their social normativity. Nowadays, there seems to be a social norm that inhibits the blatant expressions of prejudice and give rise to its more subtle expressions, however, this effect has never been further investigated concerning ageism. This study aimed to assess the existence of ageist norms, addressed to elderly people, in the Portuguese society, in blatant and subtle terms, and how these variables conditioned the personal acceptance of ageism. Moreover, the study analysed the potential impact that personal motivations to answer without prejudice could have in the acceptance of ageist discourses. To this end, 170 individuals aged between 18 and 58 years participated in this study, and they are randomly distributed to three experimental conditions: blatant ageism, subtle ageism, or absence of ageism. The results have proven that subtle ageism is more personally accepted than the blatant ageism and that the two typologies are perceived as equally unsuited in our society, although the blatant ageism is understood as more common than the subtle form. Additionally, it was found that the prescriptive norm relates positively to the personal acceptance of the blatant and subtle ageism, but that the effect of the descriptive norm on the same variables is not sufficiently expressive. The internal and external motivations did not moderate the relationship between social norms and the personal acceptance of the ageism.