Título
Bem-estar subjetivo e seus determinantes: A realidade Portuguesa e de alguns países da União Europeia nos anos 2000
Autor
Porto, Carla Sofia Mendes
Resumo
pt
A partir de 2000, economistas e psicólogos voltam ainteressar-se sobre o que determina o
bem-estar subjetivo dos cidadãos. Vários estudos transnacionais foram realizados neste
sentido. O presente estudo visa compreender o que determinou o bem-estar subjetivo em
Portugal e em alguns países da União Europeia (EU) entre 2002 e 2010 e como se
caracterizou o bem-estar subjetivo dos portugueses nos anos após o despoletar da crise
económica e financeira. Para tal, analisaram-se os dados de bem-estar subjetivo de mais de
140000 participantes de 15 estados-membros da UE, incluindo Portugal, provenientes do
European Social Surveye os indicadores macroeconómicos proporcionados pelo Eurostat. Os
resultados revelam que o bem-estar subjetivo de europeus e portugueses é influenciado pelas
flutuações macroeconómicas. A perceção dos indivíduos sobre o seu estado geral de saúde e
sobre a adequação dos seus rendimentos às despesas correntes, assim como as confianças
social e institucional revelaram-se determinantes do bem-estar subjetivo, tal como vários
fatores sociodemográficos. No entanto, em Portugal nem todos os fatores sociodemográficos
identificados para os restantes países e já observados em estudos anteriores foram
determinantes. A peculiaridade portuguesa torna-se mais evidente quando se observa que em
2010 a média de bem-estar subjetivo é superior a 2008, verificando-se o mesmo com a
confiança social, tal levanta a hipótese de em tempos de crise económica os cidadãos
nacionais desvalorizarem mais os aspetos materiais e darem mais importância aos relacionais.
en
Since the beginning of 2000, economists and psychologists got a renewed interested on what
determines citizens’ subjective well-being. Severaltransnational studies have been conducted
in this direction. The present study intends to understand what determined subjective well-being in Portugal and in some other European Union (EU) countries between 2002 and 2010
and what characterized subjective well-being in Portugal in the years after the beginning of
the economic and financial crisis. For that, subjective well-being data from the European
Social Survey from more than 140000 participants from 15 EU countries, including Portugal,
and macroeconomic indicators from the Eurostat were analyzed. The results evidence that
Europeans and Portugueses’ subjective well-being isinfluenced by macroeconomic
variations. The individual's perception concerning their general health and the adequacy of
their income when facing current expenses, as well as social and institutional trust evidenced
as determinants of subjective well-being. Several socio-demographic factors showed to
influence subjective well-being, however, it seems that some of the factors identified for the
rest of the countries and observed in previous studies were not determinants in Portugal. The
Portuguese idiosyncrasy becomes even clearer when we notice that in 2010 subjective well-being in Portugal is higher than in 2008, as well as social trust, which may indicate that in
periods of economic crisis Portuguese citizens devalue more material aspects and highlight
relational aspects.