Na indústria de serviços, o trabalho sexual continua a ser um tema de interesse, com perspetivas variadas sobre as suas implicações. Esta tese, realizada por Flora Van den Bergh, estudante de mestrado em Sociologia no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, revisita o quadro feminista binário que historicamente definiu o trabalho sexual como inerentemente opressivo ou empoderador. Orientada pela questão de pesquisa: "Como é que as acompanhantes que se identificam como mulheres navegam entre os seus clientes, o eu e o estigma, usando estratégias de trabalho emocional e estético?", esta tese explora como o trabalho emocional e estético afeta não apenas a experiência do cliente, mas também a vida pessoal das acompanhantes. A pesquisa, fundamentada na análise qualitativa, aprofunda a relação recíproca entre as acompanhantes e os seus clientes, lançando luz sobre as estratégias utilizadas para enfrentar os desafios da profissão. O trabalho emocional e estético vai além do encontro com o cliente, servindo como mecanismos para lidar com as exigências da profissão e fomentar o empoderamento. Através de entrevistas aprofundadas com trabalhadores do sexo, esta tese de mestrado desvenda a natureza transformadora e encorpada do trabalho emocional e estético. As acompanhantes utilizam essas estratégias não apenas para satisfazer as expetativas dos clientes, mas também como ferramentas para o crescimento pessoal e a resiliência.

In the service industry, sex work remains a topic of interest, with varying perspectives on its implications. This thesis, conducted by Flora Van den Bergh, master's student in Sociology at ISCTE-University Institute Lisbon, revisits the binary Feminist framework that has historically defined sex work as either inherently oppressive or empowering. Guided by the research question: “How do female-identifying escorts navigate between their clients, self, and stigma using strategies of emotional and aesthetic labour?”, this thesis explores how emotional and aesthetic labour impact not only the customer experience but also the escorts' personal lives. The research, rooted in qualitative analysis, delves into the reciprocal relationship between escorts and their clients, shedding light on strategies employed to navigate the challenges of the job. Emotional and aesthetic labour extend beyond the customer encounter, serving as mechanisms for coping with the demands of the profession and fostering empowerment. Through in-depth interviews with sex workers, this master’s thesis uncovers the transformative and embodied nature of emotional and aesthetic labour. Escorts harness these strategies not only to meet client expectations but also as tools for personal growth and resilience.