Título
Toque afetivo materno em bebés prematuros moderados-a-tardios: Exploração de qualidades psicométricas da Maternal Touch Scale
Autor
Pereira, Márcia Alexandra da Cruz
Resumo
pt
Os bebés nascidos prematuros moderados-a-tardios têm sido alvo de menor atenção por parte da investigação, comparativamente a bebés nascidos muito ou extremamente prematuros, incluindo no que concerne os efeitos do toque materno no desenvolvimento da criança. O presente estudo pretendeu fazer uma primeira exploração das características psicométricas da Maternal Touch Scale (MTS) para avaliar a qualidade do toque materno (Beebe et al., 2010). Mais especificamente, recorrendo a uma amostra de 20 bebés nascidos prematuros moderados-a-tardios (50% rapazes), com 12 meses de idade corrigida, e respetivas mães, a presente dissertação visou examinar a validade de construto da MTS, através da análise das associações entre a qualidade do toque materno, medida através da MTS, e a sensibilidade e a intrusividade materna, avaliadas através das escalas de Sensibilidade-Insensibilidade e Cooperação-Interferência de Mary Ainsworth et al. (1978). Adicionalmente, investigaram-se as associações entre a qualidade do toque materno, os sintomas psicopatológicos e stress materno, avaliados através Brief Sympton Inventory (BSI; Derogatis, 1983) e Daily Hassles Questionaire (Kanneret al., 1981), respetivamente, e o desenvolvimento mental do bebé, medido a partir das Escalas de Desenvolvimento Mental de Griffiths (Griffiths, 1984). Os resultados revelaram associações estatisticamente significativas e negativas entre o Toque Intrusivo e a cooperação materna. A sensibilidade materna, por sua vez, demonstrou estar negativamente associada ao Toque Dirigido para Cuidar e ao Toque Mediado por Objeto. Curiosamente, o Toque Intrusivo surgiu negativa e positivamente associado ao stress materno e ao desenvolvimento mental do bebé, respetivamente. Dado o caráter exploratório do presente estudo, investigação adicional revela-se fundamental.
en
Moderate-to-late preterm infants have received less attention in research compared to very or extremely preterm infants, including regarding the effects of maternal touch on child development. The present study aimed to conduct an initial exploration of the psychometric properties of the Maternal Touch Scale (MTS) to assess the quality of maternal touch (Beebe et al., 2010). More specifically, using a sample of 20 moderate-to-late preterm infants (50% boys), with 12 months corrected age, and their mothers, this dissertation sought to examine the construct validity of the MTS by analyzing associations between the quality of maternal touch, as measured by the MTS, and maternal sensitivity and intrusiveness, assessed through Mary Ainsworth et al.’s (1978) Sensitivity-Insensitivity and Cooperation-Interference scales. Additionally, the associations between the quality of maternal touch, maternal psychopathological symptoms and stress, assessed by the Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1983) and the Daily Hassles Questionnaire (Kanner et al., 1981), respectively, and the infant’s mental development, measured by the Griffiths Mental Development Scales (Griffiths, 1984), were investigated. The results revealed statistically significant negative associations between Intrusive Touch and maternal cooperation. Maternal sensitivity, in turn, was negatively associated with Care-Directed Touch and Object-Mediated Touch. Interestingly, Intrusive Touch was negatively associated with maternal stress and positively associated with the infant’s mental development. Given the exploratory nature of this study, further research is essential.