A dupla problemática do envelhecimento e urbanização das sociedades contemporâneas tem sido, ao longo das últimas décadas, um tema central na agenda política internacional, evidenciando a crescente preocupação com o bem-estar das pessoas mais velhas. Como tal, o desenvolvimento de ambientes ativos, saudáveis e amigos dos mais velhos constitui uma parte elementar das políticas públicas orientadas para a promoção da qualidade de vida dos urbanitas com idades mais avançadas. Na sua operacionalização é fundamental facilitar a criação de campos de oportunidades que possibilitem e estimulem o prolongamento de atividades socialmente significativas entre os mais velhos, no sentido de valorizar e recompensar as capacidades, potencialidades e ambições diferenciadas desta população, atendendo à heterogeneidade que a caracteriza e à mudança célere no que concerne ao modo como estes atores sociais envelhecem. Posto isto, e considerando a multidimensionalidade intrínseca a esta fase de vida, o presente estudo questiona "como se deverá adequar as politicais sociais e restantes respostas, de modo a promover e assegurar uma velhice com dignidade em contexto metropolitano", procurando oferecer uma visão estratégica para a análise da relação mútua entre os indivíduos com 65 ou mais anos e os contextos sociais nos quais estes protagonistas se inserem. Os resultados deste trabalho servem, então, de estímulo à criação, aprofundamento e aprimoramento de políticas públicas transversais de resposta à problemática aqui identificada, no sentido de caminhar para sociedades com um maior sentido de integração e comunidade, orientadas para um futuro plural, diverso e amigas de todas as idades.

The problem of ageing and urbanisation in contemporary societies has been a central issue on the international political agenda over the last few decades, as a result of rising awareness of the well-being of older people. As such, the development of active, healthy and age-friendly environments has been an elementary part of public policies designed to ensure the quality of life of older urban dwellers. It is therefore essential to create environments that enable and encourage the pursuit of socially significant activities among older people, to value and reward the different potential, capacities and ambitions of this population, given the heterogeneity that characterises it and the rapid change in the way these social actors age. Having said this and considering the multidimensionality intrinsic to this stage of life, this study questions "how social policies and other responses should be adapted in order to promote and ensure old age with dignity in a metropolitan context", in an attempt to offer a strategic vision for analysing the mutual relationship between individuals aged 65 and over and the social contexts in which they are involved. The results of this research therefore serve as a incentive to create, deepen and improve transversal public policies in response to the issue that has been identified here, as a means to move towards societies with a greater sense of integration and community, orientated towards a plural, diverse and age-friendly future.