Título
Da deriva nacionalista de direita no século XXI: o caso da HUNGRIA no contexto do Grupo de Visegrado
Autor
Duarte, Mariana da Silva Carmo
Resumo
pt
Entre os países do Grupo de Visegrado, a Hungria tem sido apresentada como o caso mais “dramático”,
aquele onde os partidos de direita nacionalista têm maior expressão eleitoral e parlamentar. Neste
sentido, comparando este país com a Eslováquia, a Polónia e a República Checa e numa perspetiva
atitudinal, a presente investigação visou responder à seguinte questão: que fatores explicam as
semelhanças e as diferenças entre o voto nos partidos políticos de direita nacionalista na Hungria e nos
restantes países do Grupo de Visegrado? Por forma a enquadrar esta pergunta foram feitas duas análises
descritivas e contextuais. Com recurso a dados de desproporcionalidade do sistema eleitoral,
fragmentação partidária, volatilidade eleitoral e polarização ideológica, concluímos que é na Hungria
que o sistema eleitoral é mais desproporcional e o sistema partidário mais institucionalizado,
favorecendo a ascensão dos grandes partidos. Tendo por base as sete rondas do European Social Survey
(ESS), aferimos que as atitudes nacionalistas, conservadoras, autoritárias e favoráveis a um Estado
social nacional são uma realidade nos países do V4. Para responder, diretamente, à questão de partida,
foi feita uma análise multivariada, com base nas rondas 5, 6 e 7 do ESS. O presente estudo revela que
são o nacionalismo introvertido, a xenofobia e a religiosidade que explicam as semelhanças entre o voto
nos partidos políticos de direita nacionalista na Hungria e nos restantes países do V4. No que diz
respeito às diferenças, são o nacionalismo étnico e propensão para um Estado forte que singularizam o
voto no Fidesz-KDNP ou no Jobbik.
en
Among the Visegrad Group’s countries, Hungary has been said to be the most “dramatic” case, in which
the right-wing nationalist parties have more electoral and parliamentary weight. Thus, comparing this
country with Slovakia, Poland and Czech Republic in an atitudinal perspective, the aim of this
investigation was to answer the following question: which factors explain the similarities and
differences between the vote in right wing political parties in Hungary and the other countries in the
Visegrad Group? Two descriptive and contextual analyses were made to frame this question. Using
electoral system disproportionality, party system fragmentation, electoral volatility and ideological
polarisation data, we concluded that Hungary has the most disproportional electoral system and its party
system is the most institutionalised, favouring the rise of the biggest parties. Based on European Social
Survey (ESS) seven rounds, we concluded that the nationalist, conservative, authoritarian and
favourable to a social national State attitudes are a reality in the V4 countries. To answer the research
question, we conducted a multivariate analysis, based on the 5th, 6th and 7th rounds of the ESS. This
study reveals that introverted nationalism, xenophobia and religiosity explain the similarities between
the voting among the right wing nationalist parties in Hungary and in the other V4 countries. In what
concerns the differences, ethnical nationalism and the tendency to a strong State led to the singular vote
in Fidesz-KDNP or Jobbik.