Título
Vida urbana, mobilidade e espaço público
Autor
Simões, Mariana Lorga Gonçalves
Resumo
pt
No decorrer dos últimos 50 anos, o número de veículos automóveis tem vindo a
aumentar exponencialmente (Rode et al., 2014, p. 23). Os transportes coletivos, sendo insuficientes,
não constituem uma verdadeira alternativa ao transporte privado (Ramos e ALves,
2010, p. 23). Este modelo de mobilidade gera a carência de uma escala mais humana,
limitada pelo tráfego automóvel.
De que forma o desenho da cidade, a densidade da malha urbana e os serviços que
nela se encontram se relacionam com a mobilidade urbana e com a vivência do espaço
público? Esta investigação propõe uma reflexão sobre a mobilidade urbana na atualidade,
e a sua relação com a vida urbana, o espaço público e a qualidade de vida da população.
Como método, o trabalho apoia-se numa leitura crítica de ensaios sobre o urbanismo
e a mobilidade urbana e numa análise de dois casos de estudo de sucesso: Copenhaga,
na Dinamarca, e Gante, na Bélgica, realizada no software open source Qgis com base
em dados retirados do Open Street Map.. A análise é desenvolvida tendo em conta três
parâmetros: a circulação, a densidade da malha urbana e, por fim, as diferentes funções
existentes na malha urbana.
Conclui-se que o elevado tráfego automóvel é prejudicial para a vida exterior nas
cidades, contudo, é o desenho e planeamento das cidades que mais influencia a vida urbana,
prejudicando-a ou incentivando-a. Constatou-se que grande parte da teoria estudada
é aplicada nos casos de estudo analisados. Pode-se então concluir que um desenho das
cidades informado tem grandes probabilidades de se tornar numa intervenção de sucesso,
no âmbito da promoção da vida urbana.
Por fim, ambos os casos de estudo permitiram entender que mesmo as cidades consideradas
de sucesso estão em contínua renovação, pois ao longo do tempo novos problemas
tornam-se percetíveis e são definidos novos objetivos.
Talvez seja esta procura continua pelo melhoramento da vida urbana que constrói
uma cidade de sucesso.
en
In the last 50 years, the number of vehicles has increased exponentially (Rode et
al., 2014, p. 23). Public transportation is insufficient, to be used as an alternative to private
transport (Ramos e ALves, 2010, p. 23). This model of mobility results in the lack of a human
scale, limited by car traffic.
In what way does the city design, the density of the urban mesh and its services, can
relate to the urban mobility and the everyday experience in the public space? This investigacion
proposes a reflection about urban mobility in present time, and it’s relation with urban
life, public spaces and the population quality of life.
As a method, this work is based on a critical reading of essays about urbanism and
urban mobility, and the analysis of two successful case studies: Copenhagen, in Denmark
and Ghent, in Belgium, through maps produced in Qgis, an open source software, and
based on data from Open Street Map. The analysis is developed based on three parameters:
road traffic, urban mesh density and lastly, the different functions in the urban mesh.
In conclusion, the excessive car traffic is detrimental for cities outdoor life, however,
it is the design and city planning that most influences urban life, harming it or encouraging
it. Findings reveal that part of the theory studied is applied in the cases studies analysed.
Therefore we conclude that a well informed city design has good possibilities to become a
successful intervention, as a promoter of urban life.
Finally, both case studies allow us to understand that even cities considered successful
are continually in renovation, because throughout time new issues arise and new goals are
defined.
Maybe is the continuing search for improving urban life that builds a successful city.