Título
O rio como meio de (re)centralização: Estações fluviais do estuário do Tejo 1932-2004
Autor
Villiers, Milena Daniella Marques da Silva de
Resumo
pt
O Rio Tejo é um elemento indissociável da paisagem da cidade de Lisboa.
Apesar do papel fundamental do Rio e do transporte fluvial na Cidade, apenas em 1932 se verificou um investimento neste meio de comunicação, com a inauguração da primeira Estação fluvial – a Estação Sul e Sueste, ponto de partida para a substituição dos meros ancoradouros e cais de embarque dos núcleos urbanos que pontuam as margens do estuário do Tejo.
A génese de Lisboa assenta na sua frente ribeirinha, mas a sua expansão para norte, no século XIX, desencadeou um processo de transformações urbanísticas que se traduziram no crescimento de um território fragmentado e disperso. Começaram, então, a levantar-se questões urbanas relacionadas com a ligação entre a cidade e o rio e com a «centralidade» versus «periferia».
A revalorização do Tejo na paisagem de Lisboa está na origem da escolha e conceção deste trabalho. Este projeto propõe-se uma solução para a «recentralização» do rio com base no transporte fluvial. Atribuindo um papel dinâmico ao Rio na ligação entre margens e frentes ribeirinhas da Área Metropolitana de Lisboa, apresenta-se inevitável a conexão entre a cidade e o rio, e a obrigatoriedade de melhoria da frente ribeirinha e a «recentralização» do tecido urbano em torno do estuário, procurando estagnar a expansão para as periferias.
Constituído por uma interface rodo-fluvial da Trafaria pretende-se revalorizar o traço urbano ribeirinho determinado pelo transporte fluvial, oferecendo uma interface de transportes que se funde num espaço de lazer com vista para o Tejo e Lisboa.
en
The Tagus River is an integral element of the city of Lisbon’s landscape.
Despite the fundamental role of the River in the City, the first significant investment in this form of transportation was in 1932 with the inauguration of the first ferry Station known as the Sul e Sueste fluvial Station, which lead to the replacement of quays with proper infrastructures along the Tagus waterfronts.
Lisbon’s initial occupation was on the waterfront terrain but, in the 19th century, its northern expansion triggered urban transformations which translated in a fragmented and sparse territory. This resulted in urban conflicts such as the lack of articulation between city and waterfront as well as the urban concepts of «centrality» versus «periphery».
The restoring of the value of Tagus in Lisbon’s landscape is the base for the choice and conception of this thesis. The project proposes a solution using the River to re-focus the City centered on its commute. Assigning a dynamic role to the River, connecting the waterfronts of the Metropolitan Area, it is inevitable the articulation between city and river, translated into the improvement of the waterfront and the recentralisation of the urban fabric along the estuary as to halt the City’s expansion to the peripheries.
The proposal of a new public transport interface in Trafaria intends to repair the urban segment, based on the fluvial transport, providing an improved transport interface which merges into a redefined public space with views of the Tagus and the northern margin of Lisbon in the horizon.