Título
Estratégias de coping e saúde mental de estudantes universitários no contexto da pandemia provocada pela COVID-19
Autor
Fonseca, Ana Margarida Ferreira
Resumo
pt
A pandemia provocada pela COVID-19 é a maior emergência de saúde pública registada nas últimas décadas. Para além das preocupações ao nível da saúde física da população, esta situação parece estar a trazer consequências ao nível da saúde mental e em especial em jovens adultos. O objetivo do presente estudo consiste em avaliar a forma como estudantes universitários portugueses reagiram no início do período de quarentena estipulado em abril de 2020, avaliando os seus níveis de ansiedade, depressão e stress, e as estratégias de "coping" utilizadas nesse período e em que medida existem diferenças em função de algumas variáveis sociodemográficas como o género. Procurou-se também testar de forma exploratória em que medida as estratégias de "coping" medeiam a relação entre género e saúde mental. Dos resultados destaca-se o facto das mulheres reportarem maiores níveis de stress, ansiedade e depressão, sendo que algumas estratégias de "coping" negativas medeiam essa relação: nomeadamente a recusa apresenta-se como uma variável mediadora para a ansiedade e para a depressão e o retraimento para o stress. Os resultados serão discutidos à luz das teorias existentes e serão apresentadas as suas limitações e sugestões para estudos futuros.
en
The COVID-19 pandemic is the biggest public health emergency registered in the last decades. In addition to concerns in terms of physical health of the population, the pandemic situation caused by the virus can also have consequences in terms of mental health, especially in young adults. Therefore, the aim of the present study is to assess the way university students reacted to the beginning of the quarantine period caused by COVID-19, evaluating their levels of anxiety, depression and stress, and the coping strategies used in that period, and to what extent there are differences due to some sociodemographic variables such as gender. It also sought to test in an exploratory way the extent to which coping strategies mediate the relationship between gender and mental health. From the results, the fact that women report higher levels of anxiety, depression and stress than men stand out, and some negative coping strategies mediate this relationship: namely, the refusal presents itself as a mediating variable for anxiety and depression and the withdrawal for the stress. The results will be discussed in the light of existing theories and their limitations and suggestions for future studies will be presented.