O sexismo e assédio sexual são problemas diários nas vidas das mulheres e membros da comunidade LGBTQI+. A academia também não é livre desse fenómeno, por ser uma instituição marcada de hierarquias e dinâmicas de poder diferentes. Esta dissertação de mestrado foca-se nas experiências de estudantes com sexismo e assédio sexual nas universidades de Lisboa. O grupo alvo foi estudantes femininos e LGBTQI+. Os dados foram coletados por questionário online durante Março-Agosto em 2020. O método usado para avaliar as respostas dos participantes foi análise critica feminista do discurso. Três conclusões foram feitas: (1) Os estudantes experimentam discriminação de género e assédio sexual de várias formas na sua vida diária no contexto académico, sendo as mais comuns comportamento verbal, como menosprezo das estudantes femininas, comentários sexistas e observações sexuais; (2) Os estudantes normalmente não reportam as suas experiências às universidades, preferindo procurar o apoio de amigos, tentando avisá-los de eventos similares; (3) Os estudantes acham que as universidades não têm meios suficientes para prevenir e lidar com os eventos já mencionados. Eles/elas querem consequências mais graves para os infratores, melhores sistemas de apoio e verdadeira atenção aos relatos.

Sexism and sexual harassment are everyday problems in women’s and LGBTQI+ peoples’ lives. Academia hasn’t been spared from them, as it is an institution marked by hierarchies and different power dynamics. This master’s dissertation focuses on students’ experiences of sexism and sexual harassment in Lisbon’s universities. The target group was female and LGBTQI+ students and the data were gathered by online survey during March-August 2020. A feminist critical discourse analysis was used to analyse students’ experiences. Three main findings were made: (1) Students experience gendered discrimination and sexual harassment in various forms in their daily lives in academia, and the most common ones were verbal behaviours, such as diminishing female students, sexist comments and sexual remarks; (2) Students usually don’t report their experiences to universities, though they rather seek support from friends and try to warn them for similar events; (3) Students think that universities do not do enough to prevent and handle above mentioned events sufficiently. They wished for more serious consequences for perpetrators, better support systems and real attention for reports.