Título
Child sexual abuses myths: the role of individual and sociocognitive variables
Autor
Chim, Inês da Costa Nunes Mesquita
Resumo
pt
A disseminação de mitos sobre violência sexual legitima o seu exercício, traduzindo-se em potenciais consequências individuais/sociais negativas (e.g., maior culpabilização da vítima e menor dos agressores; impacto negativo para as decisões judiciais). Neste estudo pretendemos traduzir e adaptar a Escala de Mitos sobre o Abuso Sexual (CSAMS) no contexto português e explorar o papel moderador do sexo na relação entre sexismo e mitos sobre o abuso sexual. Participaram 423 adultos (66.2% sexo feminino), tendo preenchido um questionário sociodemográfico, o Inventário de Sexismo Ambivalente e a CSAMS. Os resultados de validade e fidelidade da CSAMS mostraram a adequabilidade do modelo original de três fatores: Difusão de Culpa (α=.81), Estereótipos Restritivos (α=.73) e Negação do Abuso (α=.64). O modelo de moderação não se revelou estatisticamente significativo, porém, identificou-se um conjunto de padrões específicos em função do sexo: para as mulheres, maiores níveis de Sexismo Benévolo predizem maiores níveis de Difusão de Culpa e de Estereótipos Restritivos e maiores níveis de Sexismo Hostil predizem maiores níveis de Estereótipos Restritivos. Para os homens, apenas o Sexismo Hostil foi preditor dos mitos. Foram encontradas diferenças de sexo estatisticamente significativas na relação entre Sexismo Hostil e a Negação do Abuso (zscore=- 2.016, p = .044).
Os resultados sugerem indicadores adequados de validade e fidelidade da escala. Atitudes sexistas predizem significativamente a disseminação dos mitos, sendo necessária evidência adicional acerca do papel do sexo nestas relações. Serão identificadas implicações para a prática e para a investigação baseadas na evidência obtida.
en
Sexual violence myths dissemination legitimizes violent behaviors with potential negative individual and social consequences (e.g., higher levels of victim blame and reduced levels of offender blame, negative influence on judicial decisions). In this study, we aim to translate and adapt the Child Sexual Abuse Myth Scale (CSAMS) to the Portuguese context and to explore the moderating role of sex in the relationship between sexism and child sexual abuse myths. A total of 423 adults (66.2% female) filled out a sociodemographic questionnaire, the Ambivalent Sexism Inventory and the CSAMS.
The CSAMS validity and reliability results showed the appropriateness of the original three-factor model: Blame Diffusion (α=.81), Restrictive Stereotypes (α=.73) and Denial of Abusiveness (α=.64). The moderation model was not statistically significant; however, specific patterns were identified by sex: for women, higher levels of Benevolent Sexism predicted higher levels of Blame Diffusion and Restrictive Stereotypes and higher levels of Hostile Sexism predicted higher levels of Restrictive Stereotypes. For men, only Hostile Sexism was a predictor of myths. Statistically significant sex differences were found in the relationship between Hostile Sexism and Denial of Abusiveness (zscore = 2.016, p = .044).
The results showed appropriate validity and reliability evidence. Sexist attitudes significantly predict myth dissemination, and additional evidence is needed about the role of sex in these relationships. Implications for practice and for evidence-based research will be identified.