Título
Rendimento social de inserção: perspetivas dos beneficiários de longa duração
Autor
Anjos, Ana Flávia Marques dos
Resumo
pt
O tema em estudo refere-se a uma medida de política social, atualmente designada
Rendimento Social de Inserção (RSI). Partimos do objetivo de compreender os fatores
que condicionam a autonomização dos beneficiários, fazendo-os permanecer numa
relação de dependência de longa duração com a medida.
Para compreensão da problemática, o quadro teórico foi construído com base nos
conceitos fundacionais da medida de RSI, no seu desenho e configurações e no modelo
de intervenção social utilizado pelos protocolos de cooperação. As entrevistas tiveram
quatro dimensões centrais: caracterização social dos beneficiários, perceção geral da
medida, importância das ações de inserção na autonomização e o papel dos parceiros
na inserção dos beneficiários.
Com base no material empírico recolhido, a existência de beneficiários de longa
duração, pode ser explicada por diversos fatores, a começar pelas condições físicas
(saúde e idade), ou pelo facto de fazerem parte de agregados monoparentais ou
isolados. A autonomização, não depende unicamente da força de vontade e
cumprimento das ações acordadas, nem exclusivamente dos técnicos ou parceiros da
medida. Em algumas situações a autonomização pode ser alcançada não por via da
inserção no mercado de trabalho, mas sim da transição do indivíduo para uma resposta
social mais adequada ao seu caso.
A investigação é de natureza qualitativa, por isso, importa ter em consideração a
singularidade da população que foi objeto de estudo, evitando-se, assim, fazer
generalizações comparativas.
en
The subject under study refers to a social policy measure, currently called Social
Insertion Income (RSI). We started with the objective of understanding the factors that
condition the beneficiaries' autonomy, making them remain in a long-term dependency
relationship with the measure.
To understand the problem, the theoretical framework was built based on the
foundational concepts of the IHR measure, on its design and configurations and on the
social intervention model used by the cooperation protocols. The interviews had four
central dimensions: social characterization of the beneficiaries, general perception of the
measure, importance of the insertion actions in the autonomy and the role of the partners
in the insertion of the beneficiaries.
Based on the empirical material collected, the existence of long-term beneficiaries can
be explained by several factors, starting with physical conditions (health and age), or
because they are part of single-parent or isolated households. Autonomy does not
depend solely on the willpower and compliance with the agreed actions, nor exclusively
on the technicians or partners of the measure. In some situations, autonomy can be
achieved not through the insertion in the job market, but through the transition of the
individual to a more appropriate social response to their case.
The investigation is of a qualitative nature, therefore, it is important to take into account
the singularity of the population that was the object of study, thus avoiding making
comparative generalizations.