Teses e dissertações

Mestrado
Psicologia Social e das Organizações
Título

Género e etnicidade: o papel das mulheres "tokens" na promoção da igualdade e na mudança social

Autor
Ferreira, Raquel Alexandra Martins
Resumo
pt
A presente dissertação pretendeu aprofundar os conhecimentos sobre o fenómeno do tokenism no que concerne à contribuição dos "tokens" de sucesso na diminuição das desigualdades intergrupais. Numa perspetiva qualitativa, foi realizado um estudo, com o objetivo de analisar as vivências e estratégias de mulheres "tokens" de diferentes origens étnicas, em posições de poder organizacional, a partir das quais puderam procurar reduzir as desigualdades e promover a mudança social. Neste estudo, foi adotada uma perspetiva interseccional, procurando abrir a discussão em torno do possível uso da interseccionalidade entre o género e a "raça"/etnia no estudo do fenómeno do tokenism. Integrou as perspetivas de hook (1984), Crenshaw (1989, 1991), Collins (1995, 1996, 2000), Bowleg (2008), entre outros. Em termos empíricos, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas a 16 mulheres, equilibradamente divididas consoante a sua origem, oito de origem portuguesa, brancas, e oito de origem africana; afrodescendentes, negras. Com idades compreendidas entre os 27 e os 64 anos, ocupam todas cargos de algum poder e tomada de decisão, em mundos masculinos e/ou brancos, estando em situação de extrema minoria (i.e., "tokens"). Os resultados, analisados com recurso à metodologia da análise temática de Braun e Clarke (2006), revelaram seis grandes temas que mostram que, embora ambos os grupos de mulheres partilhem das consequências negativas do "tokenism" de Kanter (1977), intersecções de género e "raça"/etnia criam dinâmicas que tornam as experiências das mulheres negras únicas. Concluímos que, no geral, as entrevistadas são agentes de mudança, usando o seu poder para promover igualdade de diversas formas.
en
This dissertation intended to deepen the knowledge of the phenomenon of tokenism, concerning the contribution of successful tokens in the reduction of intergroup inequalities. An empirical study was carried out, in a qualitative perspective, with the aim of analyzing the experiences and strategies of tokens, that is, women of different ethnic origins in positions of organizational power from which they can seek to reduce inequalities and promote social change. In this study, an intersectional perspective was adopted, seeking to open discussion around the possible use of the intersectionality between gender and "race"/ethnicity in the study of the phenomenon of tokenism (Kanter, 1977). It included the perspectives of hook (1984), Crenshaw (1989, 1991), Collins (1995, 1996, 2000), Bowleg (2008), and others. Semi-structured individual interviews were carried out with 16 women, evenly divided according to their ethnic origin (eight originally from Portugal, white, and eight originally from Africa; Afro-descendants, black) aged between 27 and 64 years old, occupying positions of power and decision-making, in predominately male and/or white workplaces, while being in extreme minority. The results, analyzed using the thematic analysis methodology of Braun and Clarke (2006), revealed six major themes that show that, although both groups of women share the negative consequences of Kanter's (1977) tokenism, intersections of "race"/ethnicity and gender create dynamics that make the experiences of black women unique. We concluded that most of the interviewees are "change agents", using their power to promote equality in different ways.

Data

13-out-2021

Palavras-chave

Gender
Género
Etnia
Ethnicity
Mudança social
Social change
Tokenism
Women leaders
Mulheres líderes

Acesso

Acesso livre

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