Título
Apaixonadamente exigente: o papel da paixão pelo trabalho na relação entre as exigências do trabalho e o bem-estar afetivo
Autor
Cabrita, Catarina Isabel Ramos
Resumo
pt
As exigências laborais constituem "stressores" para as pessoas que são alvo das mesmas, trazendo consigo determinados custos psicológicos e fisiológicos associados. Num mundo pautado pela incerteza e evolução exponencial, as exigências crescem e tornam-se uma realidade organizacional cada vez mais presente. Neste contexto, a promoção do bem-estar dos trabalhadores assume-se como um tema relevante que dita grande parte das ações tomadas no local de trabalho. Na decorrência desta primazia, a paixão pelo trabalho constitui um dos pináculos no incentivo diário da vida laboral. Neste estudo é proposta uma nova abordagem perante as exigências laborais e explora-se de que forma é que as mesmas se relacionam com o bem-estar afetivo quando a paixão pelo trabalho surge na equação - em que o indivíduo também participa na forma como as exigências são expostas e influenciam os seus níveis de bem-estar. A recolha de dados foi realizada mediante a elaboração de um questionário "online" e a amostra é composta por 515 participantes que se encontravam a trabalhar na mesma organização há pelo menos 6 meses. Os resultados evidenciam que a forma como as exigências são expostas influencia o tipo de paixão predominante e, dependendo desta, os efeitos no bem-estar afetivo dos trabalhadores são determinados, tendo um impacto positivo ou negativo. A paixão harmoniosa surge como um recurso pessoal neste contexto, tendo o poder de prevenir estados afetivos negativos em relação ao trabalho, enquanto que a paixão obsessiva acaba por ser uma exigência em si e ter uma relação ainda mais impactante no bem-estar afetivo.
en
Work demands are stressors for people who are targeted by them, bringing with them certain associated psychological and physiological costs. In a world marked by uncertainty and exponential evolution, these demands grow and become an increasingly present organizational reality. In this context, the promotion of workers' well-being is a relevant issue that dictates a large part of the actions taken in the workplace and, as a result of this primacy, the passion for work is one of the pinnacles in the daily encouragement of working life. This study proposes a new approach to work demands and explores how they relate to affective well-being when the passion for work comes into the equation - in which the individual also participates in how demands are exposed and influence the levels of well-being. Data collection was carried out through the development of an online questionnaire and the sample consists of 515 participants who had been working in the same organization for at least 6 months. The results reveal that the way demands are exposed influence the predominant type of passion and, depending on this, the effects on the workers' affective well-being are determined, having a positive or negative impact. Harmonious passion emerges as a personal resource in this context, having the power to prevent negative affective states in relation to work, while obsessive passion ends up being a demand itself and has an even more impactful association in affective well-being.