Título
Burnout nos enfermeiros e médicos durante a pandemia COVID-19
Autor
Oliveira, André Alexandre Campos
Resumo
pt
Através de dados quantitativos este estudo aborda a prevalência do burnout nos enfermeiros e
médicos durante a pandemia COVID-19 em Portugal, que se intensificou com as medidas de combate
à pandemia.
A amostra foi constituída por 795 enfermeiros e 151 médicos e os dados foram recolhidos através
de um questionário eletrónico. Os níveis de burnout foram estimados pelo Maslach Burnout Inventory
– HSS, e 77% dos participantes apresentaram níveis elevados na exaustão emocional, 44,4% níveis
elevados de despersonalização e 58,5% níveis baixos de realização pessoal. 31,3% dos profissionais
apresentaram burnout total e 2,6% não apresentaram níveis elevados em nenhum indicador do
burnout.
O estudo procura explicar e identificar os fatores que influenciam a síndrome de burnout e a
relação entre as dimensões do burnout – exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal
– e as variáveis sociodemográficas, profissionais e as perceções no contexto de trabalho.
Este estudo demonstra que as variáveis de natureza organizacional têm maior influência no
burnout, destacando, a satisfação com as condições de trabalho, o reconhecimento social e a pressão
no trabalho, que se mostraram preditores nos três indicadores do burnout.
Relativamente às características sociodemográficas e profissionais, a idade, o vínculo de trabalho,
a emergência hospitalar, e as funções de chefia mostraram influenciar pelo menos um dos indicadores.
Quanto à influência das perceções no contexto de trabalho, as tarefas burocráticas, o pouco apoio
organizacional, a renumeração inadequada, a carga de trabalho elevada e o medo de ser contagiado
foram consideradas relevantes para o aumento do burnout.
en
The aim of the study is to evaluate the prevalence of burnout in nurses and physicians and to analyze
factors related to burnout and the influence of combating the coronavirus (COVID-19) on burnout
syndrome.
The sample consisted of 795 nurses and 151 physicians, and data were collected through an
electronic questionnaire. Burnout levels were estimated by the Maslach Burnout Inventory – HSS, and
77% of the participants had high levels of emotional exhaustion, 44.4% high levels of depersonalization
and 58.5% low levels of personal fulfillment. 31.3% of professionals showed total burnout and 2.6%
did not show high levels in any burnout indicator.
The study seeks to explain and identify factors that influence the burnout syndrome and the
relationship between the dimensions of burnout – emotional exhaustion, depersonalization, and
personal fulfillment – and sociodemographic and professional variables and perceptions of the work
context.
This study showed that organizational variables have a greater influence on burnout, especially,
satisfaction with working conditions, social recognition, and pressure at work, which were predictors
of the three burnout indicators. In terms of sociodemographic and professional characteristics, age,
employment relationship, hospital emergency, and leadership roles, showed to influence at least one
of the indicators. Regarding the influence of perceptions in the work context, bureaucratic tasks, low
organizational support, inadequate remuneration and high workload and fear of being infected were
considered relevant to the increase in burnout.