A presente dissertação foi realizada no âmbito do Mestrado em Economia Social e Solidária do ISCTE e aborda a temática da utilização do microcrédito na criação de pequenos negócios pelos imigrantes em Portugal. Depois de uma parte inicial centrada nas questões teóricas da imigração e empreendedorismo e do papel do microcrédito na integração de imigrantes nos países desenvolvidos, apresenta-se um estudo empírico baseado em 669 contratos de microcrédito onde se explora as diferenças entre imigrantes e não imigrantes na utilização do microcrédito na criação de pequenos negócios em Portugal. Os resultados obtidos permitem concluir que: (1) os imigrantes e não imigrantes que recorrem ao microcrédito apresentam diferentes perfis de capital humano; (2) os imigrantes que recorreram aos programas de microcrédito não são diferentes dos nacionais em termos de valor de financiamento solicitado e setor de atividade no qual os negócios são criados; (3) os imigrantes que recorrem ao microcrédito não têm uma contribuição para minimizar as assimetrias regionais pois as suas iniciativas empreendedoras ocorrem preferencialmente nas grandes áreas metropolitanas; (4) não existe uma diferença significativa entre imigrantes e não imigrantes em termos da pontualidade dos reembolsos do microcrédito. Os resultados obtidos contribuem para aprimorar a literatura sobre o financiamento do empreendedorismo imigrante, explorando aspetos menos investigados com foco geográfico ou setorial. As conclusões do estudo poderão ser úteis para o desenho e implementação de políticas para imigrantes empreendedores, apoiando a sua integração nos países de acolhimento.

This dissertation was carried out within the scope of the Master in Social and Solidarity Economy at ISCTE and addresses the theme of the access to microcredit in the creation of small business by immigrants in Portugal. After an initial theorical part focused on immigration and the role of microcredit in the integration and entrepreneurship issues and the role of microcredit in the integration of immigrants in developed countries, an empirical study is carried out based on 669 microcredit contracts, with a investigation to find the differences between immigrants and non-immigrants in the use of microcredit in the creation of small business in Portugal. The results of our investigation allow us to conclude that: (1) immigrants and non-immigrants who resort to microcredit have different profiles of human capital; (2) immigrants who resorted to microcredit programs are no different from nationals in terms of the amount of financing requested and the sector of activity in which the business are created; (3) immigrants do not have a contribution to minimize regional asymmetries, as their entrepreneurial initiatives occur preferably in large metropolitan areas; (4) there is no significant difference compared to national in terms of the timeliness of microcredit repayments. The results obtained contribute to improve the literature on the financing of immigrant entrepreneurship, exploring less investigated aspects with a geographical or sectorial focus. Our study findings may also be useful for the design and implementation of policies for immigrant entrepreneurs, supporting their integration in host countries.