Teses e dissertações

Mestrado
Estudos de Desenvolvimento
Título

Perspetivas eco-feministas sobre agricultura e transformações agrárias em Moçambique

Autor
Fraga, Lara Marina Pedro
Resumo
pt
Em Moçambique, a maioria da população vive em áreas rurais e a produção agrícola é a principal atividade económica do país, sendo que as mulheres constituem mais de 60% da força de trabalho agrícola. O eco-feminismo defende que a opressão das mulheres e a exploração da natureza estão ligadas sob um sistema de poder patriarcal e capitalista, conduzindo a uma análise crítica sobre a agricultura. O eco-feminismo em contextos africanos, é amplamente reivindicado em países de expressão de língua inglesa como o Quénia, Uganda, África do Sul, Nigéria e Zimbábue. No entanto, o conceito pode ser usado em Moçambique para compreender formas de resistência ao agronegócio, ou a promoção de práticas como a agroecologia por parte de movimentos sociais. Esta dissertação pretende explorar o eco-feminismo crítico para compreender a agricultura e as transformações agrárias em Moçambique. A metodologia usada foi uma análise documental e bibliográfica, com os objetivos de examinar modelos de desenvolvimento agrícola, as Revoluções Verdes, que, como estudos têm mostrado, acentuam desigualdades socioeconómicas e deixam marcas no ambiente, desproporcionalmente suportadas pelos mais vulneráveis; e explorar os desafios do eco-feminismo na busca de alternativas agrárias em Moçambique. O presente trabalho revela que o panorama do eco-feminismo em Moçambique é evidenciado pelos movimentos sociais, associações e organizações com o foco na agricultura familiar, na agroecologia, e na defesa aos direitos das mulheres. Elucidando o contributo de uma lente eco-feminista para a construção de políticas agrárias comprometidas com a soberania alimentar, a justiça, igualdade e dignidade para mulheres e homens moçambicanos.
en
In Mozambique, the majority of the population lives in rural areas and agricultural production is the main economic activity in the country, with women making up 60% of the agricultural workforce. Ecofeminism argues that the oppression of women and the exploitation of nature are linked under a patriarchal and capitalist power system, leading to a critical analysis of agriculture. Ecofeminism in African contexts is widely use and claimed in English speaking countries such as Kenya, Uganda, South Africa, Nigeria and Zimbabwe. However, the concept can be used in Mozambique to understand forms of resistance to agribusiness, or the promotion of practices such as agroecology by social movements. This dissertation explores critical ecofeminism to understand agriculture and agrarian transformations in Mozambique. The methodology consisted in a documentary and bibliographic analysis, with the objectives of examining models of agricultural development, such as the Green Revolutions, which, as studies have shown, accentuate socioeconomic inequalities and leave marks in the environment, disproportionately supported by the most vulnerable; and explore the challenges of ecofeminism in the search for agrarian alternatives in Mozambique. The present work reveals that the panorama of ecofeminism in Mozambique is evidenced by social movements, associations and organizations with a focus on family farming, agroecology, and the defense of women's rights. Elucidating the contribution of an ecofeminist lens to the construction of agrarian policies committed to food sovereignty, justice, equality and dignity for Mozambican women and men.

Palavras-chave

Food security
Segurança alimentar
Soberania alimentar
Food sovereignty
Agricultura -- Agriculture
Agroecologia
Agroecology
Desenvolvimento sustentável -- Sustainable development
Eco-feminismo
Transformações agrárias
Revolução verde
Desenvolvimento agrário
Ecologia política
Decolonialidade
Ecofeminism
Agrarian changes
Green revolution
Agrarian development
Political ecology
Decoloniaty

Acesso

Acesso livre

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