Título
Enclaves segregacionistas na República da África do Sul: Comunidades fechadas como espaços propagadores de ideologias racistas
Autor
Afonso, Marta Gingeira
Resumo
pt
A seguinte dissertação tem como alvo de estudo as comunidades fechadas de africânderes localizadas na República da África do Sul (RAS), com especial atenção à comunidade de Orania. Através de uma pesquisa exclusivamente qualitativa, procura-se a ligação entre o passado colonialista da RAS e as novas formas de produzir ideologias racistas através do planeamento urbanístico. O território sul-africano ainda vive sobre profundas marcas deixadas pelo Apartheid, antigo regime segregacionista e racista planeado e executado pelo partido político National Party (NP). A história demonstra em como o objetivo do NP era afastar os cidadãos negros da vida social, oferecendo proteção, bem como, soberania aos cidadãos brancos de etnia africânder. Porém, através de pressão internacional, o regime chegou ao fim, trazendo consigo uma vaga de insatisfação nos cidadãos africânderes. De modo a prosseguirem com as suas ideologias, alguns africânderes utilizaram a Constituição e um traço cultural a seu favor para dar início à construção de espaços que apresentassem um registo de exclusão e homogeneidade étnica.
Esta investigação, fazendo uso do passado histórico como componente de enquadramento às novas formas de racismo, pretende demonstrar a influência do Apartheid na atual sociedade sul-africana, assim como apresentar a explicação, retida no fenómeno social que é a supremacia branca, para a autodeterminação conseguida pelos africânderes. O estudo não deu profundidade às situações de terror provocadas durante o regime segregacionista e racista à população anti-Apartheid e a grupos usuários de violência.
en
The following dissertation targets the gated communities of Afrikaners located in the Republic of South Africa (RSA), with special attention to the community of Orania. Through exclusively qualitative research, a connection is sought between the colonialist past of the RSA and the new ways of producing racist ideologies through urban planning. The South African territory still lives on deep marks left by Apartheid, a former segregationist and racist regime planned and executed by the National Party (NP) political party. History shows how the goal of the NP was to keep black citizens away from social life, offering protection as well as sovereignty to white citizens of Afrikaner ethnicity. However, through international pressure, the regime came to an end, bringing with it a wave of dissatisfaction among Afrikaner citizens. To pursue their ideologies, some Afrikaans used the Constitution and a cultural trait in their favor to start building spaces that had a record of exclusion and ethnic homogeneity.
This research, making use of the historical past as a framework component to the new forms of racism, intends to demonstrate the influence of Apartheid on the current South African society, as well as to present an explanation, retained in the social phenomenon that is white supremacy, for the self-determination achieved by the Afrikaners. The study did not give in-depth to the situations of terror caused during the segregationist and racist regime to the anti-Apartheid population and to groups using violence.