O tema do bem-estar psicossocial tem sido alvo de diversas investigações e constitui um assunto de grande importância na atualidade. Uma elevada exposição aos riscos psicossociais traduz-se em problemas na saúde mental e física dos trabalhadores, tendo implicações em diversas esferas das suas vidas. A literatura tem evidenciado que um dos grupos profissionais que apresenta mais riscos psicossociais são os trabalhadores com responsabilidade de supervisão, com consequente impacto no seu bem-estar, em comparação com os trabalhadores não-supervisores. Como tal, o presente estudo tem como principal objetivo analisar e comparar a perceção do nível de bem-estar psicossocial entre supervisores e não-supervisores, oriundos de Portugal e Espanha. Tratando-se de uma análise de dados secundários, recorreu-se ao inquérito European Working Conditions Survey e selecionaram-se as questões que melhor poderiam explicar e comparar a forma como estes trabalhadores percecionam o seu bem-estar perante o trabalho. Desta forma, as questões selecionadas foram dividas em quatro dimensões: Saúde mental e física; Conciliação trabalho/família; Exigências laborais e Suporte social. Os resultados desta investigação evidenciaram que os indivíduos com responsabilidade de supervisão mostraram uma maior prevalência quanto aos indicadores que, de alguma forma, medem o bem-estar psicossocial nas diferentes dimensões em estudo, em comparação com os não-supervisores. Este estudo contribui para a literatura, no sentido em que alerta para a necessidade de implementar medidas de melhoria das condições de trabalho, uma vez que se mostram relevantes para a saúde e bem-estar físico, psicológico e social dos trabalhadores.

The topic of psychosocial well-being has been subject of several investigations and is now a topic of great importance. High exposure to psychosocial risks translates into mental and physical health problems for workers, and has implications on various spheres of their lives. The literature has shown that one of the professional groups with the most psychosocial risks are workers with supervisory responsibility, with a consequent impact on their well-being, compared to non-supervisory workers. Therefore, this study aims to analyze and compare the perceived level of psychosocial well-being among supervisors and non-supervisors from Portugal and Spain. Since this is a secondary data analysis, we used the European Working Conditions Survey and selected the questions that best explain and compare the way these workers perceive their well-being at work. The selected questions were divided into four dimensions: mental and physical health; work/family balance; work demands; and social support. The results showed that individuals with supervisory responsibility showed a higher prevalence regarding the indicators that measured psychosocial well-being in the different dimensions, compared to non-supervisors. This study contributes to the literature by drawing attention to the need to implement measures to improve working conditions, as they are relevant to the physical, psychological, and social health and well-being of workers.